Jornalista é agredido dentro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Agressão ao profissional aconteceu no  Dia do Jornalista

O repórter da Rádio CBN de São Paulo Pedro Durán foi agredido na manhã deste sábado, 7, por um manifestante, ainda não identificado, no momento em que o jornalista fazia a cobertura dentro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). O repórter foi abordado pelo homem, que teria pedido que ele se retirasse do local e que não era “bem-vindo”.

Pedro Durán, ao lado de outros jornalistas, tinha entrevistado o ex-ministro do governo Lula Celso Amorim quando foi empurrado pelo manifestante, que tentou atirar objetos, como garrafas e até a própria grade de proteção que isolava a imprensa.

A confusão, registrada por vários veículos de imprensa, só foi controlada depois que os deputados Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Carlos Zarattini (PT-SP), além do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, retiraram Durán do local.

O repórter teve um arranhão no braço e saiu do prédio pelo subsolo. Ele continua na cobertura do lado de fora do sindicato.

O ataque ao repórter não foi o primeiro na cobertura sobre a ordem de prisão expedida pelo juiz federal Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na última quinta-feira (5), durante protesto em frente à Central Única dos Trabalhadores (CUT), no centro de Brasília, uma equipe do jornal Correio Braziliense – uma repórter, uma fotógrafa e um motorista – tiveram o carro em que estavam depredado. Uma equipe do SBT e um repórter fotográfico da Agência Reuters também foram agredidos.

Na sexta-feira, 6, em São Bernardo do Campo (SP), o jornalista Nilton Fukuda, repórter da Agência Estadão Conteúdo, e a jornalista Sônia Blota, da Band, foram agredidos ao registrarem manifestações em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Ambos foram atingidos por ovos jogados pelos manifestantes.

As agressões a jornalistas registradas durante a cobertura de protestos em São Paulo e Brasília geraram reações de entidades de imprensa. Ontem, 6, em nota conjunta, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Nacional dos Jornais (ANJ) ressaltam que não há justificativa para a violência nem para atentados à liberdade de imprensa.

Em outra nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiou os atos de agressão. “A Fenaj reitera que agressões a jornalistas são injustificáveis. Também reafirma sua defesa das liberdades de expressão e de imprensa e do jornalismo como atividade essencial à democracia e à constituição da cidadania. Não há verdadeira democracia sem jornalismo e não há jornalismo sem jornalistas.”

A Associação Brasileiro de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se manifestou em defesa da liberdade de imprensa e contra qualquer tipo de violência.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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