Jornalistas da Record se revoltam após contratação de Matheus Ribeiro

Após deixar a TV Anhanguera, afiliada da Globo em Goiás, Matheus Ribeiro fechou com a Record de Brasília para assumir o principal telejornal da emissora local. Mas o jornalista não foi bem recebido na nova casa, tanto que os novos colegas escreveram uma carta de repúdio a sua chegada, citando que sua “única relevância é ser gay”, algo amplamente divulgado quando Matheus apresentou o Jornal Nacional pela primeira vez.

A carta divulgada pelo site Notícias da TV tem como principal objetivo mostrar insatisfação com a demissão de Luiz Carlos Braga, que estava na emissora havia 12 anos, mas também há uma sequência de ataques indiretos a Ribeiro, que assumirá seu posto.

O trecho mais polêmico da mensagem dá a entender que a única relevância curricular do ex-Globo é a sua orientação sexual, algo que, acusam os funcionários da Record, Matheus usou para atrair atenção da mídia em benefício próprio. O apresentador se asumiu gay um mês antes de comandar o Jornal Nacional pela primeira vez, por conta do aniversário de 50 anos do noticiário.

“Essa Redação, em grande parte, teve o privilégio de conviver com Luiz Carlos Braga por 12 maravilhosos anos. Perde a emissora, ao trocar o certo pelo duvidoso, e perdemos nós. Perdemos o convívio de alguém respeitoso, atencioso, leal e de caráter e reputação ilibadas. Braga nunca precisou de atenção midiática para ter relevância e nunca usou de sua orientação sexual para benefício próprio”, diz parte do texto.

No entanto, o conteúdo não chegou às mãos da direção da Record de Brasília porque os jornalistas temeram sofrer represálias. Eles consideram que as demissões promovidas na casa nos últimos dois meses foram arbitrárias, e viram colegas perderem seus empregos por manifestarem o descontentamento com as mudanças.

Foi isso que ocorreu em março, quando João Beltrão, antigo diretor de Jornalismo da Record de Brasília, foi demitido após 14 anos na emissora por tentar proteger um grupo de repórteres que trocava mensagens de cunho racista a respeito de colegas negros no WhatsApp.

Parte de seus antigos subordinados se revoltaram com a demissão, e uma jornalista que manifestou repúdio também perdeu o emprego. Uma carta chegou a ser escrita para a direção, reprovando a dispensa de Beltrão, mas o envio foi declinado após entenderem que haveria represálias para quem se opusesse às decisões dos chefões da emissora.

Ao Notícias da TV, a Record afirmou que os diretores da afiliada de Brasília não receberam a suposta carta de repúdio à contratação de Matheus Ribeiro. Procurado, o novo âncora do Record DF disse não se sentir confortável para comentar algo que sequer tem conhecimento.

Confira o texto divulgado pelo Notícias da TV:

Carta aberta para a diretoria da Record‬ ‪

Nós, da Redação da Record Brasília, viemos por meio desta carta manifestar irrestrito apoio ao jornalista Luiz Carlos Braga, arbitrariamente desligado da emissora por ordens superiores. A diretoria desta casa optou por escantear uma carreira de três décadas e ilibada reputação, além de incontáveis prêmios, em prol de uma contratação cuja única relevância curricular é a sua orientação sexual.‬ 

‪Antes de ser desligado, Braga havia sido convidado para o posto de analista do Jornal da Record. E, sem nenhum motivo justificável, o convite virou uma demissão unilateral. O motivo? Suposta redução de custos. Algo que, claramente, não condiz com a realidade, tendo em vista as mudanças que se avizinham.‬ 

‪Essa Redação, em grande parte, teve o privilégio de conviver com Luiz Carlos Braga por doze maravilhosos anos. Perde a emissora, ao trocar o certo pelo duvidoso, e perdemos nós. Perdemos o convívio de alguém respeitoso, atencioso, leal e de caráter e reputação ilibadas. Braga nunca precisou de atenção midiática para ter relevância e nunca usou de sua orientação sexual para benefício próprio.‬ ‪

Nada temos contra o novo apresentador do DF Record. Mas temos, e muito, a reclamar da maneira inadequada da qual um dos profissionais mais prestigiados da história do telejornalismo do Distrito Federal foi desligado.

 

 

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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