José Guimarães: Bloqueio de emendas parlamentares e reforma da renda em debate no governo – Entrevista exclusiva com deputado PT-CE

José Guimarães: Bloqueio de emendas parlamentares faz parte de acordo

Líder do governo na Câmara explica que a possibilidade de restringir o repasse
de dinheiro foi discutida com deputados

Uma das medidas de cortes de gastos apresentadas pelo governo Lula é a
possibilidade de bloquear até 15% das emendas parlamentares, o que corresponderá
a R$ 7,5 bilhões em 2025.

O deputado federal José Guimarães (PT-CE), em entrevista exclusiva a este blog, afirmou que a medida faz parte de um acordo prévio com os líderes no Congresso.

Veja os destaques da entrevista:

O PACOTE DE CORTES DE GASTOS SERÁ APROVADO DA FORMA QUE FOI APRESENTADO?

As medidas anunciadas pelo Ministro Haddad são consistentes, tiveram boa acolhida por parte dos líderes que participaram da reunião com o presidente Lula
e com Haddad e boa acolhida por parte dos dois presidentes, Câmara e Senado, Arthur Lira e Pacheco.

Eu vejo boas condições, acredito que, havendo muito diálogo e debatendo, temos
boas condições de votá-las, sobretudo a PEC e o projeto de lei complementar, até
o final do ano.

A reforma da renda ficará para 2025, até porque é uma discussão mais ampla,
relacionada com a reforma tributária.

O PACOTE PREVÊ A POSSIBILIDADE DE BLOQUEIO DE 15% DAS EMENDAS PARLAMENTARES. NÃO
PODE HAVER RESISTÊNCIA NO CONGRESSO?

Nós, parlamentares, votamos o PLP 175 com o compromisso que viria depois, por isso que veio, um bloqueio de até 15%.

É uma medida fundamental para dar governabilidade na execução orçamentária e foi um entendimento que tivemos com os líderes.

O GOVERNO CHEGOU A DEBATER ALGUMA MEDIDA PARA COMBATER A SONEGAÇÃO DE IMPOSTOS?

Todos os programas passarão por um pente fino para corrigir distorções e fraudes. Uma determinação: não se retira direito de quem tem direito; essa é uma orientação do presidente Lula.

Evidentemente, faremos um esforço muito grande quando formos reformar a renda.
Para poder isentar quem ganha até R$ 5 mil, não se vai aumentar a carga tributária, vai puxar de quem sonega, de quem não paga.

Tem muita gente no Brasil que vive somente da especulação e não paga Imposto de
Renda. Nós vamos fazer esse equilíbrio; quem não paga, tem que pagar para poder
ajudar aquele que precisa de uma maior isenção.

A PROPOSTA DE REFORMA DA RENDA PREVÊ O AUMENTO DA TRIBUTAÇÃO PARA QUEM GANHA
ACIMA DE R$ 50 MIL, MAS NÃO PARA QUEM É CLT, SIM PARA OS QUE GANHAM EM CIMA DE
DIVIDENDOS?

Sobretudo isso, porque é uma loucura quem ganha, quem especula, quem ganha dividendos não pagar Imposto de Renda.

Tem uma reação normal. Quando eu vejo o pessoal do mercado “é um pacote tímido”. Veja bem, o pacote deveria ser mais ousado para tirar deles e não dos de baixo, porque, para eles, só resolveria se desvinculasse o salário mínimo da previdência, se cortasse o BPC.

O nosso governo não vai retirar direitos. Por isso, tem essas reações e faz parte do jogo. Acho que foi uma equação fiscal muito bem articulada pelo Ministro Haddad.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indústria brasileira volta ao nível planejado em novembro, aponta pesquisa da CNI: análise revela possível desaceleração.

DE indústria brasileira conseguiu finalmente retornar ao nível planejado pelas empresas em novembro, após um período de seis meses abaixo da meta estabelecida. Segundo a pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada recentemente, o índice de estoque efetivo-planejado atingiu 50 pontos, um marco que não era alcançado desde abril.

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, apontou que essa retomada ao patamar esperado pode indicar uma possível redução no estímulo à produção nos próximos meses, especialmente se a demanda por bens industrializados apresentar queda. Embora o cenário futuro ainda não esteja totalmente definido, a possibilidade preocupa o setor.

A produção industrial, que havia surpreendido positivamente em outubro, registrou uma queda em novembro, ficando em 48,4 pontos. Essa retração, embora esperada para o período, foi mais acentuada do que nos mesmos meses de 2022 e 2023, indicando uma desaceleração no ritmo de produção. Além disso, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também teve uma queda, passando de 74% para 72%, porém ainda mantendo-se acima do mesmo período do ano anterior.

Por outro lado, o emprego na indústria apresentou um leve desaceleramento, com o índice de evolução do número de empregados atingindo 50,2 pontos, um valor acima do comum para o período, mas com um ritmo de crescimento inferior aos meses anteriores. As expectativas para o ano de 2025 também apontam para uma moderação, com os empresários demonstrando otimismo, porém mantendo cautela. Os índices de expectativa de demanda, compras de insumos e empregados apresentaram queda, enquanto a expectativa de quantidade exportada teve um aumento.

A pesquisa realizada pela CNI entrevistou 1.551 empresas entre 2 e 11 de dezembro, oferecendo um panorama da indústria para os próximos meses. A análise desses dados mostra um cenário de retomada aos níveis planejados pelas empresas, embora acompanhado de uma possível desaceleração da produção e da atividade industrial caso a demanda por bens manufaturados diminua. A incerteza em relação ao futuro preocupa e coloca em destaque a importância do monitoramento contínuo do setor para ajustes e adaptações conforme necessário.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp