Preço da liberdade é a eterna vigilância, diz Sarney sobre redemocratização
Em discurso sobre os 40 anos da redemocratização, ex-presidente falou sobre a transição da ditadura militar e a criação da Constituição de 1988
O ex-presidente José Sarney afirmou neste sábado (15) que o Brasil precisa seguir o lema de que “o preço da liberdade é a eterna vigilância”. A declaração ocorreu em evento que comemora os 40 anos da redemocratização brasileira, em Brasília.
A data marca o dia em que Sarney assumiu o comando do Brasil, em 1985, após 21 anos de ditadura militar.
“Teremos como lema continuar na democracia, exigir a presença de toda a profundidade do processo democrático. Precisa também que levemos o lema: o preço da liberdade é a eterna vigilância”, afirmou ao encerrar a fala no evento.
A frase já foi utilizada no meio político diversas vezes ao longo da história. Foi lema do partido União Democrática Nacional (UDN), fundado em 1945 e opositor a Getúlio Vargas. Há um debate sobre quem proferiu a frase: Thomas Jefferson, um dos autores da Declaração de Independência dos Estados Unidos, ou John Philpot Curran, advogado e estadista irlandês.
O ex-presidente relembrou o papel das Forças Armadas ao final da ditadura, que foram orientadas a focar, a partir de então, na área tecnológica. “Até hoje nós vemos que as Forças Armadas estão fieis às instituições, como demonstraram nos episódios do dia 8 de janeiro”, completou.
Mais cedo, ele falou a jornalistas que os acontecimentos recentes sobre o plano de golpe de Estado no Brasil foram “extremamente danosos” e “repugnados pelo povo brasileiro e todas as classes”.
Sarney foi homenageado em evento da Fundação Astrojildo Pereira, realizado no Panteão da Pátria, na Praça dos Poderes. O ex-presidente do Uruguai, Julio Maria Sanguinetti, foi um dos convidados.
Em seu discurso, o ex-presidente também comentou o processo de transição após a ditadura militar, com a morte de Tancredo Neves em 1985 e a criação da Constituição de 1988.