Jovem assassinado após suposto furto de chocolate trabalhava em multinacional em Curitiba
DE apurou que Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, costumava frequentar supermercado porque estabelecimento ficava perto da casa da família.
Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, foi encontrado morto com sinais de agressão — Foto: Arquivo Familiar
Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, tinha emprego fixo em uma multinacional em Curitiba. Ele foi assassinado na noite de quinta-feira (19) no bairro Portão, com sinais de agressão, após ter supostamente furtado um chocolate no Muffato.
Dois funcionários do supermercado, um terceirizado e um motoboy, são investigados por suspeita de envolvimento no crime.
A RPC apurou que Rodrigo costumava frequentar o mercado porque o estabelecimento ficava perto da casa da família. Ele morava com a mãe e tinha quatro irmãos.
“Neste momento de profunda dor, a família de Rodrigo está buscando compreender as circunstâncias do brutal crime que ceifou sua vida. Confiamos que as autoridades competentes irão apurar os fatos com rigor e celeridade, identificando os responsáveis e garantindo que sejam devidamente responsabilizados. Reiteramos nossa esperança na Justiça”, disse o advogado Leonardo Mestre Negri, que representa a família da vítima.
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AGRESSÕES FORAM FORA DO MERCADO
Câmeras de segurança registraram o momento em que Rodrigo é perseguido por funcionários do supermercado. As imagens fazem parte do inquérito policial que investiga o caso, tratado como homicídio doloso. Assista ao vídeo:
Polícia investiga morte de jovem de 22 anos em Curitiba
Nas imagens é possível observar o momento em que o rapaz é abordado, dentro do supermercado, pelo segurança terceirizado Bryan Gustavo Teixeira.
Em depoimento, o segurança afirmou que tinha pedido para Rodrigo entregar um chocolate que supostamente tinha sido furtado.
Em seguida, as imagens mostram o rapaz correndo em direção ao estacionamento. Bryan corre atrás dele. Um funcionário de outro setor, que está de moletom e boné, também persegue o jovem.
Segundo as investigações, já fora da loja, o funcionário de boné pediu para o motoboy Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo, que passava pelo local, alcançar Rodrigo.
Em seguida, conforme a polícia, o funcionário deu um mata-leão na vítima. A investigação também apura se Rodrigo foi agredido pelos outros suspeitos.
Até o momento, não há na investigação imagens que mostrem as agressões.
Porém, outras imagens, gravadas por câmeras de segurança e por uma testemunha, mostram três pessoas carregando a vítima e a deixando em uma calçada na Rua Daisy Luci Berno, perto do supermercado.
Conforme a polícia, não se sabe se, neste momento, Rodrigo já estava morto ou não. A morte foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros, que chegou ao local momentos depois, chamado por uma testemunha.
Câmeras de segurança registraram Rodrigo da Silva Boschen correndo após ser abordado no mercado — Foto: Reprodução
PRISÕES
Horas depois, a polícia prendeu em flagrante o segurança Bryan Gustavo Teixeira e o motoboy Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo. Os dois estão presos preventivamente.
No dia, a polícia também prendeu o funcionário Luiz Eduardo Alves, que passou por audiência de custódia e foi solto.
Ele não aparece nas imagens da perseguição, mas foi até o local e teria ajudado a tirar Rodrigo da rua e a colocá-lo na calçada.
O quarto investigado não foi localizado.
DEPOIMENTOS
O segurança terceirizado Bryan Teixeira, o vigilante do mercado Luiz Eduardo Alves e o motoboy Henrique do Carmo são investigados — Foto: Reprodução
Em depoimentos, tanto o segurança Bryan quanto o motoboy Henrique afirmaram que viram o funcionário de boné segurando Rodrigo em um mata-leão.
“Aí eu falei: ‘Solta se ele tá desmaiando’. Ele pegou e falou: ‘Não dá, senão ele vai fugir’. Falei: ‘Cara, solta ele que ele tá desmaiando'”, relatou Bryan em depoimento.
O motoboy confirmou a versão de Bryan. Em um segundo depoimento, ele afirmou que deu dois socos no rapaz enquanto ele era segurado.
“Eu segurei ele. Nisso já chegou o outro de boné, que fez com a mão para eu parar com a moto. Ele chegou…
Os policiais que atenderam a ocorrência e um outro motoboy, que foi testemunha do crime, foram ouvidos pelo delegado Thiago Filgueiras, responsável pelas investigações.
A polícia quer identificar qual a participação de cada um dos suspeitos no crime e entender quem agrediu a vítima.
Filgueiras informou que aguarda o resultado da perícia feita pela Polícia Científica no corpo de Rodrigo. Disse ainda que vai analisar outras imagens de câmeras de segurança.
No fim da tarde desta segunda-feira (23), o corpo de Rodrigo foi liberado para a família.