Jovem injustamente presa morre após 74 dias de liberdade: A cruel realidade do sistema prisional.

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Damaris Vitória Kremer da Rosa, uma jovem de 26 anos, teve pedidos de revogação da prisão negados pela Justiça e morreu 74 dias após ser considerada inocente por um júri no Rio Grande do Sul. Durante seis anos, ela ficou encarcerada injustamente por um crime do qual foi inocentada. Nesse período, enfrentou dores intensas causadas por um câncer no colo do útero, diagnosticado tardiamente, quando já estava em estágio avançado.

A mãe de Damaris, Claudete Kremer Sott, contou em entrevista as condições desumanas que a filha enfrentou dentro do sistema prisional, onde “se mordia de dor”. Claudete relatou que, devido à falta de assistência médica adequada, outras detentas chegaram a compartilhar medicamentos para aliviar o sofrimento da jovem, que não recebia os cuidados necessários.

Damaris foi acusada de envolvimento no homicídio de Daniel Gomes Soveral, ocorrido em Salto do Jacuí, em agosto de 2019. Após seis anos de prisão preventiva, foi absolvida por falta de provas. Durante todo esse tempo, passou por diversas unidades prisionais, enfrentando condições degradantes, especialmente no presídio de Rio Pardo.

Após a absolvição, Damaris tentou retomar a vida e realizar seus sonhos, como cursar Biomedicina. No entanto, o câncer avançado e a negligência das autoridades a impediram de prosseguir. Mesmo com a gravidade da doença, os pedidos de soltura foram negados por anos, sob a alegação de que ela estaria inventando a enfermidade.

A jovem faleceu aos 26 anos, após a prisão ser convertida em domiciliar em março de 2025. Durante o tratamento oncológico, Damaris utilizava tornozeleira eletrônica. A mãe relembra os últimos momentos ao lado da filha no hospital, marcados por dor e amor, em uma despedida emocionante.

A história de Damaris é um retrato cruel do sistema de justiça criminal e prisional brasileiro, evidenciando a falha em proteger os direitos humanos e garantir uma assistência digna aos detentos. A luta da família por justiça e memória da jovem reacende o debate sobre a necessidade de reformas profundas nesse sistema.

O caso de Damaris é um alerta sobre a importância da proteção dos direitos dos presos e a necessidade de um acompanhamento mais humano e eficiente nos estabelecimentos prisionais. A tragédia que se abateu sobre essa jovem demonstra a urgência de mudanças significativas para evitar que injustiças como essa voltem a acontecer em nosso país.

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