A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) está investigando o caso de Vitória Cristina Queiroz dos Santos, estudante de 21 nos que morreu após superdosagem de medicamentos. A jovem deu entrada o Hospital Municipal de Silvânia, no dia 3 de julho, com crise de ansiedade. A polícia investiga ainda uma possível falsificação de documentos para omitir a dosagem dos medicamentos utilizados e do procedimento.
A secretária de Saúde de Silvânia, Laydiane Gonçalves, o médico diretor clínico do Hospital, Murilo Dell Eugênio, e a coordenadora de enfermagem da unidade, Eliane Aparecida dos Santos, foram afastados dos respectivos cargos.
O delegado Leonardo Sanches afirma que vídeos mostram que a secretária revirou pastas com receitas de medicamentos alguns dias depois da morte da estudante. Essa seria a evidência da omissão de documentos que auxiliariam nas investigações.
A secretária teria tentado ainda coagir possíveis testemunhas, como servidores, uma vez que o médico preencheu o prontuário falso e a coordenadora produziu documentos omitindo a quantidade utilizada.
Ao G1, a mãe da jovem, Raquel Príncipe dos Santos, lamentou a morte da menina e disse que “jamais imaginaria que minha filha não ia voltar para casa comigo”. Além disso, disse que a família não consegue olhar foto da menina. “No dia que ela passou mal, eu disse muito que a amava e que ia ajudar. Ela disse que também me amava. Minha família acabou, todo mundo em crise de ansiedade e choro”, disse.
Medicação errada
A jovem foi ao Hospital Municipal de Silvânia e após receber a superdosagem foi encaminhada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, depois, ao Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap). Neste último, a morte cerebral foi confirmada.
Segundo o advogado da família, Jales Gregório, os medicamentos utilizados na menina são para intubação e não ansiedade. “Normalmente, utilizam para intubação 1 a 1.2 micrograma de um dos remédios, por peso. Ela teria de tomar 50 microgramas, mas foram aplicadas 4 ampolas de 10 miligramas, 2 mil microgramas”, disse ao G1.