Jovem que confessou ter matado idoso a facadas é encontrada morta em Timóteo
Márcia Letícia Fernandes Lacerda foi atingida por vários tiros na região da cabeça, no bairro Ana Moura. Em 2020, ela foi presa por matar um homem de 78 anos. A polícia vai investigar se há alguma relação entre os crimes.
Márcia Letícia foi encontrada morta com vários tiros na região da cabeça, em Timóteo — Foto: Reprodução/Redes Socais
A Polícia Civil vai investigar se a morte de Márcia Letícia Fernandes Lacerda, 24 anos, ocorrida neste domingo (6) em Timóteo, tem relação com um crime que a própria vítima confessou ter cometido quatro anos atrás na mesma cidade. A jovem foi atingida por vários tiros na região da cabeça no bairro Novo Tempo.
A Polícia Militar foi acionada depois que moradores ouviram disparos na casa onde a vítima estava, na rua Cosmos. De acordo com o tenente Vinícius Marques, imediatamente uma equipe foi até o endereço.
A perícia foi acionada para fazer os trabalhos técnicos e a liberação do corpo. A maior parte dos tiros foi direcionada para a região da cabeça. Até a manhã desta segunda-feira (7), nenhum suspeito havia sido identificado.
De acordo com a PM, ainda não se sabe se a jovem foi assassinada em consequência de um crime que ela confessou ter cometido anteriormente. Divino da Silva Braga, de 78 anos, foi atingido por mais de 10 facadas, na casa em que morava, no bairro Ana Moura, em outubro de 2020.
De acordo com boletim de ocorrência registrado em 2020, a mãe da jovem explicou para a polícia que a filha sofria de problemas relacionados à saúde mental, incluindo depressão pós-parto.
Márcia Letícia foi denunciada pelo Ministério Público pelo assassinato do idoso e iria ser julgada pelo crime. Ela foi acusada de homicídio qualificado por ter usado um recurso que dificultou a defesa da vítima, já que Divino teria sido surpreendido em casa pelos golpes de faca. Assim como no dia em que foi presa, a jovem também confessou em juízo ter matado o idoso em razão de ter sido abusada sexualmente por ele na infância. A pedido do juiz responsável, foi feito o processo de incidente de insanidade mental. O laudo concluiu que ela tinha capacidade mental reduzida, mas não foi considerada totalmente inculpável. A defesa chegou a solicitar a absolvição, mas teve o pedido negado.
A Justiça entendeu que, por se tratar de crime contra a vida e por haver elementos suficientes para a configuração do assassinato, como autoria (quem matou) e materialidade (o corpo do idoso), o julgamento deveria ser feito pelo Tribunal do Júri. A data do julgamento não chegou a ser divulgada.