Jovem viaja 600 km com a mãe para prestar Vestibular Unicamp: sonho de ser cientista. Comvest aplica provas da segunda fase neste domingo e segunda-feira.

Jovem que sonha em ser cientista viaja 600 km com a mãe para prestar Vestibular da Unicamp

Comvest aplica provas da segunda fase do Vestibular Unicamp neste domingo (1º) e segunda-feira (2).

Moradora de Florianópolis (SC), a estudante Maria Antônia Córdova, de 18 anos, viajou para Campinas (SP), uma distância de cerca de 600 quilômetros, neste sábado (30) em busca de um sonho: cursar física na Unicamp e ser cientista na área.

“Eu gostei muito da proposta de curso que a Unicamp tem, principalmente para a minha área (física). É uma universidade que tem muita pesquisa e muita parceria com universidades no exterior, além de muitas oportunidades boas para mestrado e doutorado”, afirmou ao DE.

Como em Florianópolis não tem aplicação do vestibular, a estudante resolveu fazer a prova em Campinas. Para isso, teve a companhia da mãe, Maria Cristina Córdova. As duas foram de avião de Florianópolis para São Paulo (SP) e depois de ônibus de São Paulo para Campinas, somando cerca de 2,2 mil quilômetros nas duas fases.

“Ela (mãe) resolveu vir comigo para me apoiar, tanto na primeira quanto na segunda fase”, contou Maria Eduarda. “Ela (jovem) está em um ano muito estressante de término de segundo grau e está um pouco cansada, então, eu achei que, ao vir, eu podia facilitar a parte logística”, explicou a mãe.

A estudante contou que está cursando o último ano do ensino médio em Florianópolis e faz o cursinho pré-vestibular à noite. Apesar da preparação, ela não escondeu a ansiedade. “Bem ansiosa, mas quando eu chegar lá vai acalmar um pouco”, disse.

Fora do Estado de São Paulo, receberam as provas do Vestibular Unicamp seis capitais: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Salvador.

SEGUNDA FASE

A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) aplica neste domingo (1º) e segunda-feira (2) as provas da segunda fase do Vestibular 2025. Ao todo, 13.011 candidatos foram convocados para essa etapa e concorrem a 2.537 vagas em 69 cursos de graduação.

As provas ocorrem em 23 cidades brasileiras, com início às 9h e duração de cinco horas em cada dia (entenda abaixo). A orientação é chegar às 8h aos locais de aplicação, que devem ser consultados individualmente pelos candidatos pela internet.

As avaliações da segunda fase têm uma parte comum para todos os candidatos e uma parte diversificada, de acordo com a área de conhecimento do curso escolhido em 1ª opção.

Cada questão dissertativa vale quatro pontos, cada uma contendo dois itens, valendo dois pontos cada. As questões são dissertativas e seguem a distribuição:

PRIMEIRO DIA – provas comuns a todos os candidatos:

Prova de redação, composta por duas propostas de textos para que o candidato eleja e execute apenas uma proposta;
Prova de língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa, com seis questões;
Prova interdisciplinar com duas questões de língua inglesa e duas questões interdisciplinares de ciências da natureza.

SEGUNDO DIA – provas comuns a todos os candidatos:

Prova de matemática, com seis questões para os cursos das áreas de ciências exatas/tecnológicas; quatro questões para os cursos das áreas de ciências biológicas/saúde e quatro questões para os cursos das áreas de ciências humanas/artes;
Prova interdisciplinar com duas questões interdisciplinares de ciências humanas.

SEGUNDO DIA – provas de conhecimentos específicos, conforme a opção de curso:

Candidatos da área de ciências biológicas/saúde: prova de biologia com oito questões; prova de química, com seis questões.
Candidatos da área de ciências exatas/tecnológicas: prova de física, com seis questões; prova de química, com seis questões.
Candidatos da área de ciências humanas/artes: prova de geografia, com seis questões; prova de história, com seis questões; prova de filosofia, com uma questão; prova de sociologia, com uma questão.

HABILIDADES ESPECÍFICAS

As provas de habilidades específicas para os cursos de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança, serão realizadas entre os dias 11 e 13 de dezembro, somente em Campinas.

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PRÓXIMAS DATAS

A primeira chamada será divulgada dia 24 de janeiro e os convocados deverão efetivar a matrícula online (não presencial) nos dias 27 e 28 de janeiro, pela página eletrônica da Comvest.

As demais datas constam do calendário do Vestibular Unicamp 2025, disponível no site da Comissão.

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Entidades de Jundiaí promovem alfabetização em Libras seguindo legado pioneiro da aprendizagem no Rio de Janeiro

Entidades de Jundiaí dão seguimento à alfabetização em Libras aprendida por pioneiro no Rio de Janeiro

Germano Gonçalves estudou Libras no Instituto Nacional de Surdos, criado por Dom Pedro II no século 19. Clube dos Surdos e Ateal já atenderam milhares de surdos na cidade.

O ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em Jundiaí (SP) se deve a Germano Gonçalves. Ele estudou Libras no Instituto Nacional de Surdos, criado por Dom Pedro II no século 19, no Rio de Janeiro, e trouxe os conhecimentos adquiridos para a sua cidade, onde fundou a Associação Clube dos Surdos.

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“A gente precisa trabalhar com as duas línguas, tanto a Libras quanto com o português. Claro que a primeira língua será a Libras, estimulada desde bebês, e conforme crescem vão tendo também o contato com o português, na modalidade escrita, como segunda língua”, diferencia Luciane Cruz, chefe de gabinete do Instituto Nacional de Educação de Surdos.

1 de 5 Germano Gonçalves estudou Libras no Instituto Nacional de Surdos — Foto: Reprodução/TV Tem

Germano Gonçalves estudou Libras no Instituto Nacional de Surdos — Foto: Reprodução/TV Tem

O legado segue, agora com o filho, Luciano Gonçalves. Conforme as suas contas, a entidade já atendeu a mais de mil surdos.

> “Já nasci no berço da Libras, porque tanto meu pai quanto minha mãe tinham a comunicação em libras como primeira língua. A Língua Brasileira de Sinais é a minha língua materna, assim digamos. Porém eu também sou uma pessoa ouvinte, que tem a língua portuguesa.

A Ateal é outro centro de apoio a pessoas com surdez em Jundiaí. São 40 anos de um trabalho multidisciplinar. Das cabeças desses profissionais saem ideias que melhoram a comunicação de crianças e jovens surdas. A entidade atende desde o bebê em triagem neonatal até a terceira idade.

2 de 5 Há 40 anos, Ateal é centro de apoio a pessoas com surdez em Jundiaí — Foto: Reprodução/TV Tem

Há 40 anos, Ateal é centro de apoio a pessoas com surdez em Jundiaí — Foto: Reprodução/TV Tem

“Nossa preocupação é que eles tenham acesso a qualquer informação, a todo momento. Por isso esse núcleo busca muito ir atrás dessas informações, com uma rede de contatos, WhatsApp, outras associações que também trabalham com surdos, buscando o melhor caminho da informação chegar até eles”, pontua Carolina Cyrillo, supervisora de tradutores da Ateal.

“Quando eu era criança não tinha essa sinalização e informação. Às vezes eu era o único surdo ali e as pessoas ouvintes tentavam me explicar uma coisa ou outra. Era difícil. Quando eu fui crescendo e me desenvolvendo, e tive filhos, eu vi a necessidade de passar essa informação para eles. Trabalhando com as crianças surdas, eu crio para elas o que eu queria para a minha infância”, continua Leandro Ramalho, consultor de Libras da instituição.

Ele é o responsável por elaborar projetos para integrar as crianças da Ateal e criar sinais – como o que representa o nome de uma pessoa. No caso da Libras, apenas um surdo pode fazer isso. O que significa que a língua está em constante mudança.
LIBRAS, DEPOIS PORTUGUÊS

3 de 5 Primeira língua dos surdos é a de sinais, e não o português — Foto: Reprodução/TV Tem

Primeira língua dos surdos é a de sinais, e não o português — Foto: Reprodução/TV Tem

A primeira língua dos surdos é a de sinais. Não é o português. Isso porque o português é fonético, ou seja, a pessoa o reproduz até aprender, mas a Libras é visual. Para comparação: a frase “o carro bateu na árvore” tem sujeito, verbo e predicado. Em Libras não existe essa ordem. Primeiro vem o sinal da árvore, depois a ação, “o carro bateu”.

O ensino de Libras às crianças nas escolas é garantido por lei. A advogada da Ateal, Roseli Maestrello, observa que, se o direito não for atendido espontaneamente pelos municípios, deve ser exigido na Justiça. “Para que o Poder Judiciário determine ao município que ele vá cumprir e contratar um intérprete que esteja na sala de aula com a criança”, pontua.

4 de 5 Ensino de Libras às crianças é um direito garantido por lei — Foto: Reprodução/TV Tem

Ensino de Libras às crianças é um direito garantido por lei — Foto: Reprodução/TV Tem

Conforme a gestora de Educação de Jundiaí, Vasti Ferrari Marques, as escolas municipais do município devem atender individualmente ao perfil de cada criança. “No caso de crianças surdas, a que usa aparelho ou implante, oralizada ou não, todos os aspectos do desenvolvimento dela são considerados para que tenha um tratamento individualizado e personalizado, e uma característica de cuidado e educação diferenciados para o seu melhor desenvolvimento”.

Educar em português e em Libras exige atenção aos detalhes. Em um passeio na natureza, como na Serra do Japi, existe apenas um sinal para árvore. Não há sinais para definir espécies. Por isso, a Ateal criou um guia em que as características de cada espécie são descritas em sinais.

ENSINO POR PAIXÃO

Na escola do Luis Felipe Santos Silva, de 10 anos, a língua de sinais é ensinada duas vezes por semana. “Aqui na escola, as crianças sabem Libras, os amigos, todo mundo. Eu me sinto feliz”

5 de 5 Nataniele ensina Libras para o aluno Luis Felipe, de 10 anos — Foto: Reprodução/TV Tem

Nataniele ensina Libras para o aluno Luis Felipe, de 10 anos — Foto: Reprodução/TV Tem

A ideia de ensinar Libras para as crianças foi da Nataniele da Silva, intérprete que acompanha diariamente o garoto nas aulas.

> “Falar de Libras, para mim, é uma paixão. Você vê eles inseridos na comunidade e todos a sua volta tendo essa comunicação e acessibilidade é maravilhoso. Acho que todos deveríamos aprender Libras desde criança”.

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