A jovem ‘vizinha’ da Ilha das Cobras viralizou ao mostrar a sua vida próxima do lar da jararaca-ilhoa. Bianca de Oliveira Medeiros, de 22 anos, publicou conteúdo nas redes sociais evidenciando a sua residência nas proximidades da Ilha da Queimada Grande, mais conhecida como Ilha das Cobras, situada entre Itanhaém e Peruíbe (SP). Neste local, encontra-se abrigo para a jararaca-ilhoa, uma das serpentes mais venenosas do planeta.
Bianca alcançou a viralização ao expor a sua proximidade com a Ilha da Queimada Grande, por meio de um vídeo que já ultrapassou os 16 milhões de visualizações desde a sua publicação em 23 de agosto. Comunicou seus 50 mil novos seguidores no Tik Tok devido ao destaque obtido com o conteúdo divulgado. A Ilha é classificada como a segunda ilha com maior densidade populacional de cobras no mundo, reunindo cerca de 45 indivíduos por hectare, o equivalente a um campo de futebol.
Em entrevista ao DE, Bianca expressou sua satisfação de viver próximo a um local tão único e perigoso, ao mesmo tempo que é encantador. Embora esteja situada a duas horas de distância de sua residência, ela descreve que costuma praticar pesca nas imediações da ilha. Referiu que a atração despertada pelas belezas naturais do local é complementada pelo receio gerado pela presença de uma das cobras mais venenosas do mundo.
A ilha é uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), caracterizada como uma unidade de conservação federal com acesso restrito, permitindo apenas atividades científicas devidamente autorizadas. Bianca ressaltou a riqueza da região em termos de diversidade marinha, destacando a presença de peixes, golfinhos e tartarugas marinhas. Ela manifestou interesse em explorar mais conteúdos relacionados à ilha, aos animais locais e às suas experiências de pesca em alto-mar.
O biólogo Eric Comin, especialista que visitou a unidade de conservação algumas vezes, compartilhou sua experiência onde descreve que um especialista abre caminho afastando as cobras para permitir a passagem dos pesquisadores. Embora as serpentes não sejam agressivas, elas costumam observar atentamente os visitantes. A jararaca-ilhoa, espécie endêmica da ilha, foi pormenorizadamente caracterizada pelo biólogo como uma das cobras mais peçonhentas e perigosas do mundo.
A jararaca-ilhoa, com um comprimento médio de um metro, é capaz de emanar um veneno equivalente a quatro jararacas em apenas uma picada. A espécie, adaptada ao isolamento geográfico da ilha, desenvolveu uma peçonha potencializada, garantindo a eficácia do seu ataque às aves nativas. No entanto, essa característica também demonstra a fragilidade dessas aves diante da cobra. Esta situação peculiar destaca a singularidade e a importância da preservação da Ilha das Cobras como único ambiente em que essa espécie venenosa habita.