Jovens do RS optam por transporte alternativo e impactam procura por carteira de motorista

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A busca por carteira de motorista entre jovens de até 25 anos no Rio Grande do Sul caiu pela metade entre 2015 e 2024. Segundo dados do Detran/RS, 154.986 jovens tiraram carteira de motorista no ano passado, número que representa uma queda de 52,9% em relação a 2015, quando 328.821 fizeram o processo. Entre especialistas e novos motoristas, os motivos vão desde o preço até novas formas de se deslocar, como transporte por aplicativo, além de questões ambientais.

Para fazer habilitação do tipo B, para dirigir carros, o preço atual é de R$ 2,711. Mas os centros de formação de condutores percebem que existem outros motivos que afastam os jovens. Além da situação econômica, temos uma questão cultural e social que vem se modificando com essas novas gerações. Uso de transportes por aplicativo, de transporte coletivo, a questão ecológica, do meio ambiente. Muitas vezes o jovem se desloca a pé, as distâncias são menores, ou utiliza a bicicleta, ou também as patinetes, a bicicleta, que é o meio mais difundido que nós temos.

O sindicato dos centros de formação de condutores percebe também que a geração de jovens que tem completado 18 anos é mais questionadora. Quer discutir qual é o conteúdo, o que ele tem que fazer, quais são os dias que tem aula, quanto custa… E aí mede sua necessidade em obter uma CNH. Às vezes, a CNH deixa de ser uma prioridade. O educador financeiro Josias Bento sugere analisar se o custo da habilitação compensa no dia a dia. Ele afirma que é preciso levar em consideração o preço do carro – para comprar e também para manter.

“Além de calcular a parcela que a gente vai ter daquele carro, tem que calcular também o IPVA, as taxas de manutenção, o custo da gasolina, a depreciação do veículo. Normalmente o veículo deprecia em torno de 5 a 10% ao ano, então isso tem que estar no cálculo para saber se faz sentido ter um veículo naquele momento”, diz. A queda no número de novas carteiras de motorista no Rio Grande do Sul também pode estar relacionada à mudança de comportamento dos jovens, que preferem outras formas de locomoção e se preocupam mais com a sustentabilidade ambiental.

Em um contexto em que o transporte por aplicativo se tornou comum e a conscientização sobre a pegada de carbono cresceu, muitos jovens estão optando por não adquirir a habilitação por questões financeiras, sociais e ambientais. Essa nova mentalidade pode impactar diretamente na redução de novas carteiras emitidas anualmente, refletindo as mudanças de paradigmas e prioridades da juventude gaúcha. É importante considerar esses aspectos ao analisar a diminuição da procura pela carteira de motorista no estado.

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