Jucá diz que revisão de foro privilegiado deve valer para Três Poderes

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) defendeu hoje que qualquer revisão do alcance do foro privilegiado deverá valer para todos os beneficiados por ele, e não somente para os políticos. “Os poderes são equânimes, independentes entre si e têm os mesmos direitos, é o equilíbrio da Constituição. Então, qualquer ajuste do foro privilegiado, eu entendo que tem que valer para os Três Poderes. E, é claro, dentro da característica de cada poder”, afirmou.

Jucá falou sobre o assunto após repercussão polêmica de uma declaração dada a um repórter do jornal Estado de S.Paulo sobre o tema, em que disse que o foro privilegiado não pode ser “suruba selecionada”. Jucá explicou hoje que a frase foi dada em uma conversa particular, que fez referência a uma música da banda Mamonas Assassinas e que não “brincaria” com o assunto publicamente.

“Eu disse que apoiava a discussão proposta pelo ministro Barroso e pelo ministro Fachin [Edson Fachin, do STF] e disse que o foro privilegiado tem que ser discutido realmente, não tem sentido para o foro privilegiado servir para algumas coisas como quando um parlamentar bate em uma mulher. E depois disso eu conversando com um jornalista amigo até o gabinete e nós fomos brincando. E em determinado momento, ele levantou uma hipótese e eu disse: ‘Assim não dá, senão vira igual a música dos Mamonas Assassinas, vira uma suruba portuguesa’. E ele entendeu que era uma declaração oficial, claro que não era, eu não brincaria com uma coisa séria dessa”, disse.

Na conversa, o senador se referia a sugestão apresentada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, na qual ele defende que o foro por prerrogativa de função seja aplicado somente para casos em que a acusação se dê em razão do exercício do cargo e não para todas as hipóteses. Jucá explicou que defendeu a proposta, porém que isso se aplique a todos os cargos que têm foro especial. O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, também já se manifestou que o foro privilegiado é “incompatível com o princípio republicano”.

Romero Jucá, que é investigado na Operação Lava Jato, afirmou ainda que considera um equívoco das pessoas apontarem o foro privilegiado como um instrumento para atrasar o julgamento de ações contra políticos.

“O atraso nas votações na questão do foro privilegiado não é culpa do Supremo. O Supremo tem votado quando o processo está instruído. O que acontece é que o processo demora a ser instruído – tem oito, dez, 12 anos processos em investigação. Isso também não pode ocorrer. O Ministério Público e a Polícia Federal têm que apresentar resultado depois de um determinado tempo. Sob pena de quem está sendo investigado, não ter nada contra a pessoa, mas fica a exposição e a citação de que está sendo investigada pelo Ministério Público e pelo Supremo”, disse.

Fonte: Agência Brasil.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Lula impõe veto ao indulto de Natal para condenados do 8 de janeiro

Lula Impõe Veto ao Indulto de Natal para Condenados do 8 de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o indulto de Natal para os condenados pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, marcando o segundo ano consecutivo em que o benefício é negado aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. O anúncio foi feito na noite de 23 de dezembro, um dia antes da véspera de Natal, destacando a firmeza do governo em lidar com esses crimes.

Além disso, o indulto não será concedido a condenados por abuso de autoridade e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva. O decreto também exclui aqueles condenados por crimes hediondos, tortura e violência contra a mulher, crianças e adolescentes. Integrantes de organizações criminosas, condenados em regimes disciplinares diferenciados e aqueles que fizeram acordos de colaboração premiada também estão fora do benefício.

Por outro lado, o indulto será concedido a gestantes com gravidez de alto risco, comprovada por laudo médico. Mães e avós condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência também terão direito ao benefício, desde que comprovem ser essenciais para o cuidado de crianças até 12 anos com deficiência.

Saúde e condições especiais

O decreto prevê o perdão da pena para pessoas infectadas com HIV em estágio terminal, ou aquelas com doenças graves crônicas sem possibilidade de atendimento na unidade prisional. Pessoas paraplégicas, tetraplégicas, cegas e portadoras do espectro autista em grau severo também serão beneficiadas.

Este decreto reforça a posição do governo em relação aos atos antidemocráticos e crimes graves, enquanto oferece alívio a grupos vulneráveis. As pessoas contempladas pelo benefício terão, na prática, o perdão da pena e o direito à liberdade.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp