O juiz responsável pelo julgamento do caso conhecido como “golpe do PIX”, envolvendo os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira, adiou a terceira audiência do processo por falta de auditório. A sessão estava marcada para a terça-feira (18) em Salvador. A nova data prevista para a audiência é em maio de 2026, seis meses após a data original, podendo deixar o caso mais de um ano sem sessão judicial, já que a última aconteceu em março de 2025.
Documentos disponibilizados ao DE indicam que o auditório reservado para a sessão, localizado no Fórum Criminal Desembargador Carlos Souto, foi utilizado para o Projeto TJBA Mais Júri. O adiamento foi necessário devido à complexidade logística envolvida na realização de uma audiência desse porte, e a transferência para outra data foi inviável operacionalmente.
A ação ocorre em novembro, o “Mês Nacional do Júri”, buscando acelerar casos desse tipo de julgamento e cumprir as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O juiz tentou recuperar a reserva do auditório no mês passado, mas o pedido foi indeferido pela desembargadora Cynthia Maria Pina Resende, presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
O juiz precisou remarcar a sessão, prevendo duas novas datas em maio de 2026. As testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas em 6 de maio, enquanto os 12 réus, incluindo os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira, serão interrogados no dia seguinte. O DE tentou contato com o juiz para mais informações sobre o adiamento da audiência, mas não obteve resposta até o momento.
A denúncia contra os suspeitos, entre eles os jornalistas e outras pessoas envolvidas no esquema criminoso, foi aceita pela Justiça, tornando os acusados réus no processo. A investigação revelou que o grupo se apropriou indevidamente da maior parte das doações destinadas a pessoas em situação de vulnerabilidade, desviando significativas quantias de dinheiro para benefício próprio.
O caso veio à tona após um jogador de futebol suspeitar da divergência entre as contas indicadas para doações em um programa de TV e a titularidade real das mesmas. A emissora realizou uma investigação interna, identificando casos semelhantes, e denunciou os envolvidos à polícia. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) constatou que apenas 25% das doações recebidas eram repassadas às vítimas, enquanto o restante era desviado pelo grupo criminoso.
Os jornalistas envolvidos no caso não se manifestaram publicamente, e sua defesa alega inocência até que a denúncia seja recebida pela Justiça. A Justiça acatou a denúncia e os acusados responderão por associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. O processo segue em segredo de Justiça, enquanto as investigações continuam para esclarecer o total desviado e os detalhes do esquema fraudulento.




