Juiz multa Trump em $9.000 e ameaça ex-presidente de prisão por desacato

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi multado, nesta terça-feira, 30,  em US$ 9.000 por violar repetidamente uma ordem de silêncio que o impedia de fazer declarações públicas sobre testemunhas, jurados e alguns outros ligados ao seu julgamento em Nova York. O juiz alertou que, se Trump fizer isso de novo, poderá ser preso.

A informação é da agência Associated Press. Os promotores alegaram 10 violações, mas o juiz de Nova York, Juan M. Merchan, concluiu que havia nove. Trump olhou para a mesa à sua frente enquanto o juiz lia a decisão, franzindo ligeiramente a testa.

Foi uma repreensão contundente à insistência do ex-presidente republicano de que estava exercendo os seus direitos de liberdade de expressão e um lembrete de que é um réu criminal sujeito ao processo de julgamento. A ameaça do juiz de prender um antigo presidente sinalizou que a já precária situação legal de Trump poderia piorar ainda mais, dependendo do seu comportamento durante o resto do julgamento.

Trump não respondeu às perguntas dos repórteres sobre a multa no corredor do tribunal quando o julgamento foi retomado à tarde. Merchan escreveu que está “profundamente consciente e protetor” dos direitos de Trump na Primeira Emenda, “particularmente dada a sua candidatura ao cargo de Presidente dos Estados Unidos”.

“É extremamente importante que os direitos legítimos de liberdade de expressão do réu não sejam restringidos, que ele seja capaz de fazer campanha plena para o cargo que procura e que seja capaz de responder e se defender contra ataques políticos”, escreveu Merchan.

Ainda assim, advertiu que o tribunal não toleraria “violações intencionais das suas ordens legais e que, se necessário e apropriado dadas as circunstâncias, imporá uma pena encarceratória”.

 

 

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Espanha investiga Airbnb em ofensiva contra aluguéis turísticos irregulares

O governo da Espanha abriu uma investigação sobre o Airbnb, acusando a plataforma de não remover milhares de anúncios irregulares que, segundo autoridades e moradores, contribuem para a falta de moradias e a elevação dos preços de aluguel e imóveis no país.

A ação foi divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Airbnb, que confirmou ser alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério dos Direitos do Consumidor. O órgão, no entanto, não mencionou o nome da empresa publicamente. Caso seja considerada culpada, a plataforma enfrenta uma multa de até 100 mil euros (cerca de R$ 650 mil) ou um valor equivalente a quatro a seis vezes o lucro gerado pelas práticas consideradas irregulares.

A investigação integra uma ampla campanha da Espanha para limitar o impacto do aluguel turístico em cidades, especialmente em plataformas como Airbnb e Booking.com. Muitos espanhóis atribuem a essas práticas a escassez de moradias, o turismo excessivo e a dificuldade dos moradores locais em pagar aluguéis.

De acordo com o Ministério dos Direitos do Consumidor, a plataforma investigada foi notificada para remover anúncios de imóveis classificados como “publicidade ilegal” devido à ausência de licenças para uso turístico, mas a solicitação não foi atendida, resultando no início de um processo disciplinar.

Defesa do Airbnb

O Airbnb afirmou que orienta os anfitriões a garantir que possuem as permissões necessárias para alugar seus imóveis e seguem as normas locais. A empresa alegou que o governo não forneceu uma lista clara de anúncios fora de conformidade e argumentou que nem todos os proprietários precisam de licença para alugar.

Além disso, a plataforma contestou a autoridade do Ministério para regulamentar aluguéis de curto prazo, citando decisões judiciais, incluindo uma de 2019 do Tribunal de Justiça da União Europeia, que classificou o Airbnb como um “serviço da sociedade da informação”, e não como um agente imobiliário. A empresa declarou ainda que não tem obrigação de monitorar os conteúdos publicados, em conformidade com a Lei de Serviços Digitais.

Regulamentação mais rígida em andamento

O Ministério dos Direitos do Consumidor reforçou que a maioria das regulamentações regionais exige que anúncios de residências turísticas incluam o número da licença, e a ausência dessa informação é considerada publicidade ilegal. O porta-voz do órgão evitou comentar diretamente sobre a investigação, alegando não poder confirmar o nome da plataforma envolvida.

Medidas mais severas contra aluguéis turísticos já foram tomadas em Barcelona. Em junho, o prefeito Jaume Collboni anunciou a proibição total de aluguéis de curto prazo até 2028. A decisão, atualmente contestada por associações de proprietários de imóveis turísticos, foi criticada pelo Airbnb, que alegou favorecer apenas o setor hoteleiro, sem resolver os problemas de turismo excessivo e crise imobiliária.

A repressão aos aluguéis turísticos não se limita à Espanha. Outros países europeus, como Itália e Croácia, também adotaram ações para restringir o crescimento desse tipo de locação.

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