Julgamento de Daniel Alves começa nesta segunda-feira, 5

Daniel Alves é condenado a 4 anos e meio de prisão por agressão sexual

Daniel Alves será julgado a partir desta segunda-feira, 5, sob acusação de estuprar uma jovem em dezembro de 2022. Com três dias de duração, o atleta brasileiro passará por audiência em Barcelona e tenta se defender da pena pedida pelo Ministério Público: nove anos de prisão.

Juíza do magistrado, Isabel Delgado Pérez irá presidiar a sessão. Além dela, os juízes Luís Belestá Segura e Pablo Díez Noval também participarão. As sessões contarão com depoimentos do jogador e de mais 28 testemunhas que estavam no local na noite do suposto estupro. Serão testemunhas de defesa e acusação.

Daniel Alves deverá falar na segunda-feira, durante a primeira sessão. Além dele, outras seis testemunhas também contarão sobre os fatos presenciados no dia.

Os próximos dias contarão com depoimentos de outras 22 testemunhas e da vítima. O depoimento da jovem não teve dia e nem horário revelado para que ela não tenha contato com a mídia e outros envolvidos no caso.

No último dia, a sessão será dedicada a análise de dados periciais do caso, como exames médicos e imagens do circuito da boate. O julgamento será a portas fechadas e contará com uma série de restrições para que a identidade da vítima seja mantida em sigilo.

Ao final das sessões, a juíza irá elaborar a sentença final. No entanto, não há prazo definido e o jogador permanecerá preso de forma preventiva.

Caso Daniel Alves

O meio-campista brasileiro está preso desde 20 de janeiro de 2023. Daniel é acusado de estuprar a jovem de 23 anos em uma boate de luxo chamada Sutton, localizada em Barcelona, na Espanha.

Para a polícia, a vítima contou que Daniel Alves estava acompanhado de amigos na boate. O jogador abortou a jovem enquanto ela dançava com amigos. Ele teria se apresentado como “Dani” e dito que “jogava petanca no Hospitalet, município da Espanha”. No entanto, amigos da vítima reconheceram o brasileiro, que já jogou no time Barcelona.

O jogador, então, teria se aproximado dos amigos da vítima, os tocado e, em seguida, se posicionado atrás da jovem. Ele teria, então, agarrado a mão dela com força e levado em direção ao seu órgão genital, repetindo isso por mais duas vezes mesmo com resistência da jovem.

O brasileiro levou a jovem até um banheiro e a impediu de sair. Daniel teria sentado em um vaso sanitário e pedido para que a jovem se sentasse sobre ele, a obrigado depois que fizesse sexo oral nele. A jovem acabou resistindo e, neste momento, o jogador bateu em seu rosto e a colocou no chão para forçar uma relação sexual.

Após isso, o atleta informou para a vítima que saíra do banheiro e que ela deveria sair depois dele. O lateral teria voltado para a festa, mas quando a vítima relatou o crime para os seguranças, ele já teria ido embora.

A vítima foi até o Hospital Clinic . Um médico legista constatou lesões compatíveis com luta como, por exemplo, escoriações no joelho. Além disso, o exame encontrou restos de líquido seminal. Médicos compararam as amostras com amostras de DNA cedidas pelo jogador.

Controvérsias

A vítima prestou queixa dois dias depois e Daniel preso depois de três semanas, após um pedido de prisão preventiva. Vídeos de câmeras de segurança disponibilizadas pela boate confirmaram que o jogador ficou cerca de 15 minutos trancado dentro do banheiro com a vítima.

Durante os depoimentos de Daniel Alves foram encontradas diversas controvérsias. O jogador falou sobre o caso pela primeira vez em um programa de TV espanhol, onde negou as acusações. Poucos dias depois ele mudou a versão e confirmou que teve relação sexual com a jovem.

O Ministério Público pede pena de nove anos, além de indenização de 150 mil euros. A pena pode ser ampliada caso a juíza peça para o MP, assim como o valor da indenização.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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