Trio acusado de matar jogador por foto com suposto gesto de facção criminosa é julgado por júri popular
O julgamento do trio acusado pela morte do jogador de futebol Thiago Oseas Tavares da Silva, de 18 anos, teve início nesta quarta-feira (23) na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco. Thiago Oseas da Silva foi assassinado a tiros em 2024, no bairro Santa Inês, após postar uma foto com um gesto associado a uma facção criminosa.
Os acusados, Andrey Borges Melo, Darcifran de Moraes Eduino Júnior e Kauã Cristyan Almeida Nascimento, estão atualmente presos no Complexo Prisional de Rio Branco pela morte de Thiago Oseas Tavares da Silva.
O julgamento teve início de manhã na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco, na capital acreana. O DE tenta contato com a defesa dos acusados.
O trio foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MP-AC) em abril do ano passado. O jovem foi assassinado a tiros no dia 31 de março de 2024 no bairro Santa Inês, na capital acreana, após postar uma foto com um gesto associado a uma facção criminosa.
“Tudo indica que o crime foi motivado pela guerra entre facções criminosas, com os acusados acreditando que as vítimas pertenciam à organização rival, conhecida como Comando Vermelho. O ato, portanto, ao que parece, caracteriza-se como uma atividade de extermínio, considerando que os autores do delito eram membros da organização criminosa ‘Bonde dos Treze’, facção que exercia domínio sobre o bairro onde os fatos ocorreram”, afirmou o MP-AC.
FAMÍLIA INCONFORMADA
A autônoma Rosa Maria Vilas Boas da Silva ficou inconformada com a morte do jovem. Na foto que foi o estopim para o caso, o rapaz aparece ao lado de uma piscina e fazendo o símbolo de ‘amor e paz’, que também é associado ao Comando Vermelho.
Thiago Oseas estava em uma festa de aniversário quando o local foi invadido por um grupo criminoso, ele teve o celular vasculhado, foi levado para outra rua e baleado. Ele morreu no local. A Polícia Militar conseguiu prender quatro suspeitos e apreender três adolescentes que suspeito de ter participado do crime.
O jogador estava à disposição da base do Santa Cruz-AC e havia chegado ao Acre duas semanas antes do crime para disputar o Campeonato Acreano Sub-20. Ele morava junto com outros jogadores em um alojamento na capital.
Thiago Oseas era o filho mais velho de Rosa, que ainda tem uma filha de 15 anos e outros dois filhos, de 11 e 9 anos.
“No boletim de ocorrência, um amigo de Thiago Oseas, que também jogava no Santa Cruz-AC, disse à polícia que chamou a vítima para o aniversário de um conhecido chamado Davi. Thiago e o colega de time chegaram a ir até o shopping de Rio Branco e de lá foram para o bairro Santa Inês, onde estava acontecendo a festa”, detalhou a investigação policial.
Os jogadores de futebol foram posteriormente levados para uma área de mata e tiveram seus celulares revistados pelos criminosos. Quando encontraram a foto de Thiago fazendo o gesto associado ao grupo rival, os criminosos dispararam contra o jovem, causando sua morte.
O grupo ainda retornou à festa depois do crime e ameaçou outras pessoas caso encontrassem gestos suspeitos nas fotos. Parte do grupo foi presa pela Polícia Militar na Via Chico Mendes e no bairro Santa Inês.