Julgamento do 1º acusado da Chacina das Cajazeiras 7 anos após crime no Ceará

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Chacina das Cajazeiras: primeiro acusado vai a júri 7 anos após crime que deixou
14 mortos, no Ceará

Matança aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2018. Além dos mortos, 15
pessoas ficaram feridas.

1 de 2 Chacina deixou 14 pessoas mortas na casa de show ‘Forró do Gago’, no
Bairro Cajazeiras, em Fortaleza — Foto: SVM

Chacina deixou 14 pessoas mortas na casa de show ‘Forró do Gago’, no Bairro
Cajazeiras, em Fortaleza — Foto: SVM

Nesta quinta-feira (13), começa o primeiro julgamento de um envolvido na
”Chacina das Cajazeiras”,
[https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/criminosos-invadem-festa-de-faccao-rival-matam-varias-pessoas-e-ferem-dezenas-em-fortaleza.ghtml],
a maior já ocorrida no Ceará, que deixou 14 pessoas mortas e outras 15 baleadas
na casa de show “Forró do Gago”, em Fortaleza
[https://g1.globo.com/ce/ceara/cidade/fortaleza/]. O crime ocorreu em janeiro de
2018, chocou o país e foi destaque até na imprensa internacional
[https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/maior-chacina-do-ceara-e-destaque-na-imprensa-internacional.ghtml].

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Ednardo dos Santos Lima, acusado de envolvimento no crime, será o primeiro réu a
ser julgado pelo Conselho de Sentença da 2ª Vara do Júri de Fortaleza
[https://g1.globo.com/ce/ceara/cidade/fortaleza/], a partir das 8h30. Ednardo,
conhecido como “Aço”, vai responder pelos crimes de homicídio qualificado,
tentativa de homicídio qualificado e integrar organização criminosa.

Na denúncia do Ministério Público do Ceará, Ednardo é apontado como uma das
lideranças da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) e um dos mandantes da
chacina. Como chefe do grupo, ele teria concordado com a execução e ordenado o
crime.

A chacina ocorreu mediante uma disputa de territórios entre a facção criminosa
de Ednardo e o Comando Vermelho. A ideia, conforme a investigação, era promover
uma ataque massivo a um local “emblemático” do grupo rival, no caso, o Forró do
Gago, e dominar o bairro Cajazeiras, onde ficava o clube e onde aconteceu a
matança.

LEIA TAMBÉM:

* Criminosos invadem festa, atiram e matam 14 pessoas na maior chacina do Ceará
[https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/criminosos-invadem-festa-de-faccao-rival-matam-varias-pessoas-e-ferem-dezenas-em-fortaleza.ghtml]
* Sobrevivente de chacina em Fortaleza se fingiu de morto
[https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/sobrevivente-de-chacina-em-fortaleza-se-fingiu-de-morto-moradores-de-cajazeiras-estao-deixando-o-local.ghtml]

Ao todo, 15 pessoas foram denunciadas por participação na chacina. Destes, oito
foram pronunciados, isto é, a Justiça decidiu submetê-los ao julgamento pelo
Tribunal do Júri – que analisa crimes contra a vida. Entre eles, Ednardo dos
Santos.

Dos sete denunciados restantes, um morreu e seis foram impronunciados – decisão
que considera que não há indícios suficientes para levar o suspeito ao Tribunal
do Júri, o que não significa, contudo, que a pessoa foi absolvida.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), o processo da Chacina das
Cajazeiras possui mais de seis mil páginas e é considerado de alta complexidade.
Para dar celeridade aos julgamentos, o caso foi desmembrado em outros processos,
o que possibilitou antecipar o julgamento de alguns envolvidos, como Ednardo.

Além dele, os outros réus pronunciados devem ser levados a júri popular, depois
do julgamento dos recursos apresentados pela defesa. Ainda não há, porém, prazo
para isso acontecer.

2 de 2 Casa de show foi fechada após chacina em Fortaleza — Foto: Thiago
Gadelha/Sistema Verdes Mares

Casa de show foi fechada após chacina em Fortaleza — Foto: Thiago
Gadelha/Sistema Verdes Mares

O CRIME

Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2018 membros de uma facção criminosa
invadiram o “Forró do Gago” e dispararam contra pessoas que se divertiam ou
trabalhavam no local. Ao todo, foram 14 mortos, sendo 12 adultos e 2
adolescentes, e outras 15 pessoas baleadas na ação.

O ataque foi motivado pela localização do Forró do Gago, que ficava no bairro
Cajazeiras, então ocupada pelo Comando Vermelho. A facção que encomendou o
ataque, a GDE, queria tomar o território para traficar drogas, segundo a
investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Chacina das Cajazeiras completa quatro anos; 14 pessoas foram mortas
[https://s01.video.glbimg.com/x240/10246012.jpg]

Chacina das Cajazeiras completa quatro anos; 14 pessoas foram mortas

Inicialmente, o ataque iria ocorrer em outra casa de show no bairro Messejana,
também em Fortaleza [https://g1.globo.com/ce/ceara/cidade/fortaleza/], mas foi
transferido para o Forró do Gago por ser considerado um local mais vulnerável.

Na época, o delegado titular do 13º Distrito Policial, Hélio Marques, afirmou
que todos os mortos “estavam no local errado e na hora errada”, pois os tiros
foram disparados a ermo, sem que os homicidas se importassem quem seria
alvejado.

Confira a identificação dos 14 mortos na ‘Chacina das Cajazeiras’:

* Maíra Santos da Silva, 15 anos
* José Jefferson de Souza Ferreira, 21 anos
* Raquel Martins Neves, 22 anos
* Luana Ramos Silva, 22 anos
* Wesley Brendo Santos Nascimento, 24 anos
* Natanael Abreu da Silva, 25 anos
* Antônio Gilson Ribeiro Xavier, 31 anos
* Renata Nunes de Sousa, 32 anos
* Mariza Mara Nascimento da Silva, 37 anos
* Raimundo da Cunha Dias, 48 anos
* Antônio José Dias de Oliveira, 55 anos
* Maria Tatiana da Costa Ferreira, 17 anos
* Brenda Oliveira de Menezes, 19 anos
* Edneusa Pereira de Albuquerque, 38 anos

Os principais chefes da facção criminosa que comandou os ataques foram presos
[https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/policia-prende-suspeito-de-ser-mandante-da-maior-chacina-do-ceara-com-14-mortes.ghtml]
e denunciados por estes homicídios ainda em 2018.

Em julho de 2021, a 2ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza
[https://g1.globo.com/ce/ceara/cidade/fortaleza/] confirmou o recebimento de
denúncia contra 13 suspeitos
[https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2021/07/05/justica-confirma-denuncia-e-nega-absolvicao-a-13-suspeitos-da-maior-chacina-do-ceara.ghtml]
de serem os autores chacina, antes disso, um dos mandantes já havia sido
denunciado e no decorrer do processo um outro suspeito teve a ação extinta pela
Justiça após falecer por complicações de saúde em 2019.

Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:

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[https://g1.globo.com/ce/ceara/edicao/2023/09/08/assista-aos-videos-mais-vistos-do-ceara.ghtml]

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