Na última semana, a justiça negou o recurso dos policiais militares envolvidos no caso Kathlen Romeu e decidiu que o julgamento dos PMs Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias será levado a júri popular. A mãe de Kathlen pediu punição para os policiais em Brasília, buscando justiça para o caso. Os acusados aguardarão o julgamento em liberdade, uma vez que ainda não foi definida a data da audiência.

A decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro de enviar o caso a júri popular foi baseada nos indícios apresentados pelo Ministério Público e pela Polícia Civil. A juíza Elizabeth Machado Louro considerou que as provas eram suficientes para levar o caso a julgamento popular. A defesa dos policiais recorreu da decisão, alegando falta de provas da participação dos acusados, porém, o pedido foi negado.

O desembargador Marcelo Castro Anátocles da Silva Ferreira, da Sexta Câmara Criminal, foi responsável pela decisão e destacou que, diante das versões conflitantes apresentadas sobre o caso, a competência para considerar a causa está no Tribunal do Júri. O advogado da família de Kathlen, Rodrigo Mondego, celebrou a negativa do recurso e reforçou a importância de que os responsáveis sejam responsabilizados pelo crime.

Kathlen Romeu, uma jovem de 24 anos grávida de três meses, foi vítima de um disparo de fuzil no tórax durante uma operação da Polícia Militar no Complexo do Lins, em junho de 2021. Ao visitar sua avó, Kathlen foi atingida por um tiroteio que resultou em sua morte. Apesar da versão inicial da PM falar em confronto, investigações apontaram que não houve troca de tiros no momento em que a jovem foi atingida.

O caso gerou indignação e movimentou a opinião pública, com pedidos de punição para os envolvidos. A acusação de fraude processual também foi levantada, devido ao recolhimento de cápsulas de munição e à mudança de elementos no cenário da ocorrência pelos policiais. Familiares de Kathlen cobram agilidade e transparência no processo, buscando justiça para o trágico episódio que resultou na morte da jovem grávida.