Junho Vermelho: Araújo Jorge tem queda no fluxo de doação de sangue

No mês de junho o Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ) deve enfrentar um dos  maiores desafios dos últimos meses: aproveitar o Junho Vermelho e aumentar as ações para sensibilizar a população sobre a importância da doação de sangue. Desde o começo da pandemia de Covid-19, o Banco de Sangue da unidade não enfrentava um período tão complicado. 

A combinação da queda no fluxo de doadores e o aumento do número de cirurgias, o que, consequentemente, representa a uma maior necessidade de transfusões, resultou na  criticidade no nível dos estoques, que é preocupante quando se trata dos bancos de sangue de hospitais oncológicos, como o HAJ. Isso porque diferente dos tradicionais, as unidades não trabalham com os chamados períodos sazonais. “Precisamos de sangue durante o ano inteiro porque durante 365 dias lutamos contra o câncer”, informa a biomédica e supervisora técnica do Banco de Sangue do HAJ, Aline Fernanda. 

O último levantamento aponta que os estoques de sangue dos tipos B+, O+, O -, AB + , B – e AB – estavam particularmente baixos. O cenário fica mais alarmante quando se considera que das 160 pessoas atualmente internadas no HAJ, estima-se que 45 façam uso diário do sangue armazenado no local. Apenas no Setor de Hematologia, 90% dos pacientes precisam, em algum momento, de transfusão sanguínea.

A preocupação é que, no futuro, o HAJ necessite adotar medidas preventivas, como a suspensão temporária de cirurgias eletivas. “O principal risco deste cenário seria o comprometimento da assistência”, explica Aline.

Segurança

De acordo com a biomédica, os postos de coleta estão seguindo todas as orientações sanitárias para garantir a segurança do doador. Os atendimentos estão sendo realizados mediante agendamento, com uma distância segura entre os doadores e depois de uma triagem ainda mais criteriosa. 

“Durante a entrevista que antecede a doação de sangue, avaliamos o estado de saúde do doador, visando à proteção de sua saúde e da saúde do receptor. Desde os primeiros casos de Covid-19, estamos investigando também qualquer mínimo sintoma relacionado ao novo coronavírus”, informa Aline.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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