O júri popular dos cinco acusados de matar o jornalista esportivo Valério Luiz, em 2012, começou na manhã desta segunda-feira, 13. Quatro testemunhas foram ouvidas, no período de 12 horas. Nesta terça-feira, 14, o júri será retomado com previsão de início às 8h30. Seis testemunhas devem ser ouvidas, sendo uma de acusação e cinco da defesa.
Presidido pelo juiz Lourival Machado da Costa, da 4ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida, o júri está previsto para terminar na quarta-feira, 15. No total, 30 testemunhas serão ouvidas, no plenário do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).
Serão ouvidos cinco réus. Maurício Sampaio, acusado de ter encomendado a morte de Valério Luiz; Urbano Carvalho, que trabalhava para Maurício e é julgado por contratar o policial que teria executado Valério; Djalma Gomes, PM que, segundo a acusação, trabalhava como segurança de Maurício e recebia favores por isso; o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria colaborado com o planejamento do crime; e ainda Ademá Figueiredo, PM acusado de fazer os disparos que mataram o jornalista. Marcos Vinícius será ouvido pela internet, após solicitação da defesa, porque está em Portugal.
Primeiro dia de julgamento
Hellyton Carvalho, delegado que esteve à frente das investigações e concluiu o inquérito policial do caso, foi a primeira testemunha ouvida, ao longo de 3h30. No depoimento, o delegado afirmou que, segundo informação obtida por quebra de sigilo telefônico, a ordem para matar Valério Luiz aconteceu em uma ligação de 10 segundos.
Hellyton também disse que Urbano Malta, um dos réus, estava na cena do crime e que isso foi detectado graças ao rastreio dos números de telefone por torres de celular, que geraram a localização. Além disso, o advogado de defesa de Maurício Sampaio, Silva Neto, questionou o delegado sobre o celular do jornalista assassinado já que, segundo testemunhas, Valério Luiz teria recebido ligações não atendidas no momento do crime. O delegado respondeu que não sabe dizer onde estava o celular da vítima.
A segunda testemunha ouvida foi o publicitário Alípio Ferreira Nogueira, cujo depoimento durou 1h10. Ele disse ter trabalhado ao longo de anos com Valério Luiz e que chegou ao local do crime minutos depois. Segundo ele, Urbano e o dono do estacionamento estavam presentes. A testemunha disse ainda que, no momento em que chegou ao local, Valério Luiz ainda não estava morto.
O radialista André Isaac da Silva foi a terceira testemunha a ser ouvida. Ele falou por cerca de 2h30 e contou que estava nos bastidores no dia em que Valério Luiz fez duras críticas ao time Atlético Goianiense, do qual Maurício Sampaio era vice-diretor à época.
“Meu amigo, você pode olhar em filme de aventura, quando o barco está enchendo de água, os ratos são os primeiros a pular fora”, disse o radialista Valério Luiz, em 2012, ao comentar a renúncia de Sampaio do clube.
A última testemunha ouvida nesta segunda-feira, 13, foi o cronista Daniel Almeida Santana Reis. Seu depoimento durou cerca de 1h30. Na época do crime, ele era diretor da emissora onde Valério Luiz trabalhava, a PUC TV. Daniel disse que contou que mencionou uma carta que proibia o radialista e toda a equipe de frequentarem o clube. “Em momento nenhum eu pedi pela liberação da minha equipe”, pontuou Daniel. Além disso, comentou que Valério costumava fazer críticas contundentes, não só ao Atlético Goianiense. “Sim, sempre no estilo dele. Críticas pesadas, diretas. Criticava os dirigentes de outros times também”, respondeu.