Júri de policial penal acusado pela morte de torcedor do Fluminense é adiado para dezembro
Sessão que julga Marcelo de Lima, acusado de matar Thiago Leonel após uma discussão em bar, em 2023, foi suspensa após decisão judicial que dissolveu o conselho de sentença.
Um torcedor do Fluminense foi morto a tiros em um bar nas proximidades do Maracanã, gerando comoção e indignação na comunidade esportiva.
A sessão do júri que iria julgar o policial penal Marcelo de Lima, acusado de matar o cinegrafista e torcedor do Fluminense Thiago Leonel Fernandes da Motta e de tentar matar Bruno Tonini Moura, foi adiada para o dia 3 de dezembro, às 13h.
A decisão foi tomada nesta terça-feira (15) pela juíza Alessandra Lima Roidis, presidente da sessão no IV Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
O julgamento estava previsto para acontecer nesta terça, no Fórum Central, mas foi suspenso depois que a magistrada determinou a dissolução do Conselho de Sentença, formado por sete jurados, acolhendo um pedido do Ministério Público do Rio (MPRJ).
Durante o início da sessão, a defesa de Marcelo de Lima pediu que a juíza reconsiderasse uma decisão anterior que excluiu dos autos documentos sobre o envolvimento da vítima, Thiago Leonel, em registros de ocorrência.
O Ministério Público argumentou que esses documentos não fazem parte do processo e que, por isso, não poderiam ser mencionados diante dos jurados. A juíza acatou o pedido do MPRJ, dissolveu o conselho e redesignou o júri para dezembro.
Na decisão, a magistrada afirmou que Marcelo tem direito à ampla defesa, mas ressaltou que a memória da vítima deve ser preservada quando não houver relação com os fatos julgados.
Na noite de 1º de abril de 2023, Thiago Leonel e o amigo Bruno Tonini estavam em um bar lotado de torcedores tricolores, próximo ao Estádio do Maracanã, após o clássico Flamengo x Fluminense, quando foram baleados por Marcelo, que estava de folga.
Thiago, de 36 anos, era operador de câmera, diretor de fotografia e sambista, conhecido por ser um dos fundadores do grupo Samba pra Roda. Ele morreu no local após ser alvo de nove tiros, enquanto Bruno ficou gravemente ferido e precisou passar por cirurgia.
Imagens registradas por frequentadores mostram o momento em que os disparos são feitos. As pessoas, sem entender o que ocorria, se abaixam e buscam abrigo atrás de mesas e paredes do bar.
Segundo testemunhas, uma discussão começou após uma confusão no balcão do bar, supostamente motivada por uma disputa por duas pizzas. Marcelo teria tentado pegar uma das pizzas que estavam com Thiago, foi retirado do local sob agressões e retornou minutos depois com uma arma, efetuando os disparos.
Durante o processo, o policial penal afirmou que se sentiu ameaçado e agiu em legítima defesa. O Ministério Público concluiu que os tiros foram disparados após desavenças políticas entre Marcelo e as vítimas.
O crime gerou comoção e repúdio, resultando na prisão preventiva de Marcelo de Lima. O caso continua a ser investigado pela justiça e pela sociedade, devido à gravidade dos fatos e à comoção causada nas vítimas e em suas famílias.