Filho acusado de planejar morte dos pais em SC vai a júri popular nesta semana; relembre crime
Amigo que o ajudou no crime também é acusado. Pai morreu e mãe ficou ferida em Indaial.
Suspeito de planejar morte dos pais em SC é flagrado com faca antes do crime
O jovem de 20 anos acusado de planejar a morte dos próprios pais em Indaial, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, será julgado por júri popular nesta quinta-feira (28), às 8h, na cidade onde o crime aconteceu em janeiro de 2024.
Ele e um amigo são réus por homicídio e tentativa de homicídio triplamente qualificado, além de corrupção de menores, envolvendo a namorada de um dos acusados.
O crime de corrupção de menores está relacionado à namorada do amigo, que tem 17 anos. Segundo o delegado Filipe Martins, ela também teria ajudado os dois acusados no dia do crime.
Em nota, a defesa de Matheus Melo afirmou que ele pretende manter a confissão feita à polícia e que está arrependido dos atos. Já a defesa de Marcos Paulo Schwinden declarou que ele nega qualquer envolvimento no crime (veja notas no final da reportagem).
O crime aconteceu em 29 de janeiro de 2024, em Indaial (SC). Segundo a Polícia Civil, o filho e um amigo invadiram a casa dos pais e os atacaram com facadas. O pai, empresário de 45 anos, morreu. A mãe, de 39 anos, sobreviveu após passar por cirurgia.
As qualificadoras dos crimes são motivo torpe, meio cruel, feito de forma que surpreendeu as vítimas, e recurso que dificultou a defesa delas.
Segundo a investigação, o plano era que os dois cometessem o crime juntos e depois servissem de álibi um para o outro. O amigo diria que o filho estava em sua casa no momento do assassinato, e o filho faria o mesmo. A namorada do amigo também confirmaria essa versão.
Ainda de acordo com a polícia, ela receberia uma recompensa em dinheiro oferecida pelo filho do casal.
Segundo a denúncia, o filho e o amigo planejaram o assassinato dos pais durante dois meses. O filho deixou uma janela aberta em um quarto sem câmeras e foi até a casa do amigo. Na madrugada de 29 de janeiro, os dois voltaram e entraram pela janela.
A ideia era matar o casal enquanto dormia, mas o plano mudou quando o filho deixou cair uma faca e precisou passar por uma área com câmeras para pegar outra. O barulho acordou o pai, que foi esfaqueado pelo amigo. A mãe também foi atacada, mas sobreviveu e conseguiu pedir ajuda.
A motivação seria a herança dos pais, que o filho queria usar para comprar um sítio e produzir drogas. Ele prometeu ao comparsa uma caminhonete e dinheiro. Matheus, filho único, trabalhava na empresa do pai e alegou à polícia que era tratado como funcionário, não como filho.
“Foi a partir daí que ele decidiu, nas palavras dele, ‘eliminá-los'”, disse Martins.
O QUE DIZ A DEFESA DO FILHO
A defesa de Matheus Felipe Arruma Melo, patrocinada pelo Advogado Luís Felipe Obregon (Obregon Advocacia Criminal), informa que o acusado pretende manter a confissão por ele desenvolvida em sede policial, mostrando-se extremamente arrependido de seus atos, fato este que será mais aprofundado quando da sessão do Tribunal do Júri designada para dia 28 de agosto do corrente ano.
O QUE DIZ A DEFESA DO AMIGO
A advogada Edileia Buzzi, que defende Marcos, nega a participação do cliente no crime. “Não existem provas materiais que vinculem Marcos aos fatos e, inclusive, câmeras de segurança comprovam que a pessoa que a aparece ao lado de Matheus tem estatura incompatível com a de Marcos”, explica a advogada.
A defesa reforça que a denúncia contra Marcos decorre apenas das declarações do outro envolvido, sem respaldo de qualquer evidência concreta.