A Justiça do Rio de Janeiro absolveu os sete réus restantes do processo relativo ao incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, ocorrido em 2019. O episódio deixou dez jovens da base do clube mortos e outros três feridos.
A decisão foi assinada pelo juiz Thiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital. Na resolução, publicada nesta terça-feira, 21, o magistrado apontou que há “ausência de demonstração de culpa penalmente relevante e na impossibilidade de estabelecer um nexo causal seguro entre as condutas individuais e a ignição”.
No total, sete réus foram absolvidos nesta decisão. Dos outros quatro denunciados, dois tiveram denúncia rejeitada, um foi absolvido e o presidente do clube na ocasião, Eduardo Bandeira de Mello, teve a possibilidade de punição extinta em 2021, por prescrição.
Os réus foram:
- Márcio Garotti – Diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020
- Marcelo Maia de Sá – diretor adjunto de patrimônio do Flamengo
- Danilo Duarte – engenheiro responsável técnico da NHJ, empresa de contêineres
- Fabio Hilário da Silva – engenheiro responsável técnico da NHJ, empresa de contêineres
- Weslley Gimenes – engenheiro responsável técnico da NHJ, empresa de contêineres
- Claudia Pereira Rodrigues – responsável pela assinatura dos contratos da NHJ.
- Edson Colman – Sócio da Colman Refrigeração, que realizava manutenção nos aparelhos de ar-condicionado
Todos respondiam por crimes de incêndio culposo qualificado com resultado de morte e lesão corporal. A decisão de absolvição é em primeira instância, cabendo recurso.
Mortes
Ao todo, o incêndio no Ninho do Urubu deixou 10 mortos: Athila Paixão (14 anos), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15) e Vitor Isaías (15). Os jovens dormiam em um contêiner, de instalação provisória, quando as chamas começaram.
Segundo investigações, o incêndio foi causado por um curto-circuito que ocorreu em um ar-condicionado que ficava ligado 24 horas por dia no local e o fogo se alastrou devido ao material do contêiner. Outros três jovens ficaram feridos gravemente.