A Justiça paulista derrubou, nesta quinta-feira, 12, a liminar que havia suspendido a reunião do Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians destinada a votar o impeachment do presidente Augusto Melo. A decisão foi tomada após o presidente do CD, Romeu Tuma Jr., apresentar um agravo de instrumento.
A reunião, inicialmente marcada para o dia 2 de dezembro, havia sido interrompida por uma decisão judicial. No entanto, Clara Maria Araújo Xavier, relatora do caso na 8ª Câmara de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, decidiu pela retomada da votação. Segundo Tuma, o processo seguiu o estatuto do clube e todas as etapas do rito administrativo foram cumpridas desde o início, em agosto. O pedido de destituição foi assinado por cerca de 90 conselheiros.
A votação do impeachment, que será realizada virtualmente para evitar possíveis conflitos, ainda não tem data definida, mas está prevista para ocorrer em breve. Em nota, Romeu Tuma reforçou sua confiança no Poder Judiciário e afirmou que seguirá com calma para que o processo transcorra sem violência ou excessos.
O caso que motiva o impeachment envolve acusações de gestão temerária, baseadas em um relatório do Conselho de Orientação (CORI). Entre as irregularidades apontadas está a suposta má condução do contrato com a VaideBet, que está sendo investigada pela Polícia Civil. Segundo os signatários do pedido, a atuação de Melo teria causado danos à imagem do clube, infringindo normas estatutárias e a Lei Geral do Esporte.
Além deste pedido, o dirigente já enfrentou outra tentativa de impeachment, também relacionada à sua gestão. O estatuto do Corinthians prevê que motivos para destituição incluem práticas como prejuízo à imagem ou ao patrimônio do clube, irregularidades na gestão, ou crimes infamantes com sentença condenatória transitada em julgado.
A assessoria de Augusto Melo não se manifestou até o momento. Caso o impeachment seja aprovado no Conselho Deliberativo, a decisão ainda precisará ser ratificada em assembleia de associados.