O médium João de Deus foi condenado nesta segunda (31) pelo quinto crime sexual. A sentença determina prisão em regime aberto por quatro anos e indenização de R$20 mil por danos morais pela violação sexual mediante fraude. O pedido de prisão dos promotores se baseou no relato de cinco vítimas, sendo que em quatro situações, os abusos teriam acontecido entre os anos de 1998 e 2018.
De acordo com os advogados de João Teixeira de Faria, eles irão recorrer da decisão “em razão da fragilidade das provas produzidas pela acusação”, afirmam Anderson Mendonça e Marcos Lara. O réu segue em prisão domiciliar por unanimidade dos votos dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás.
Eles ressaltam que o comprometimento do cliente em atender todas as ordens judiciais e criticam o que chamam de “exposição cruel e dasarrazoada da imagem de médium João de Deus, sempre em contexto de espetáculo público”.
Relembre
João de Deus, de 79 anos, está sendo acusado de abuso e violência sexual por mais de 300 mulheres. As denúncias começaram em 2018. Segundo elas, o modus operandi era o mesmo: ele prestava atendimentos espirituais a elas na Casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, onde entidades pediam a ele que solicitasse às escolhidas que o procurasse em outro momento e sozinhas.
Segundo ele, as mulheres seriam escolhidas para receber cura. No encontro dos dois, elas afirmam que o médium praticava o crime. A grande quantidade de denúncias de mulheres de outros estados e países levou o Ministério Público de Goiás e São Paulo a organizarem uma força-tarefa para registro das acusações, inclusive da própria filha de João de Deus.
Ele está preso desde dezembro de 2018, mas a primeira condenação ocorreu apenas um ano depois. O médium também responde a processos judiciais por falsidade ideológica, corrupção de testemunha e coação e posse ilegal de armas de fogo e munição. Somadas as condenações, ele responde por mais de 109 anos de prisão.