Justiça considera irregular a doação de área pública para igreja, em Firminópolis

A Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás acolheu o recurso de apelação feito pelo Ministério Público do estado, para julgar procedente a abertura de ação civil pública que anula a doação de uma área pública municipal de Firminópolis à igreja Videira.

A ação de 2018, proposta pelo promotor Ricardo Lemos Guerra, aponta que a doação foi irregular, pela Lei Municipal nº 1.538/2018. A entidade possuía como responsável o pastor Sérgio Paulo de Morais Cambui, que também é réu na ação.

Para o promotor, a doação de bem público deve atingir uma finalidade pública, o que não seria o caso, que teria beneficiado apenas um grupo. Ele embasa seus argumentos no artigo 19 da Constituição Federal, bem como no artigo 66 da Constituição Estadual e na Lei Orgânica do Município de Firminópolis.

No entanto, o pedido do promotor foi julgado improcedente, e ele interpôs recurso, que agora foi acolhido pelo Tribunal de Justiça de Goiás, sob atuação da procuradora Eliane Ferreira Fávaro. De acordo com a Assessoria de Comunicação do Ministério Público de Goiás, isto significa que a decisão da Justiça confirma a irregularidade na doação.

O DE também questionou se com esta decisão a igreja Videira deve devolver o terreno para a prefeitura de Firminópolis, e a assessoria lembrou que ainda cabem diversos recursos em instâncias superiores da jurisdição.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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