Uma decisão judicial obriga um empresário de loja de material para construção de Porangatu a se retratar de assédio moral eleitoral divulgado em um áudio em circulação na internet. Eronildo Valadares, que é ex-prefeito da cidade, foi denunciado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por pressionar funcionários a votar em Bolsonaro.
“É isso que temos que estar falando, mostrar o seguinte: se querem o emprego, que deem valor em quem arruma emprego, quem dá a oportunidade para eles trabalharem. Se não, vão ter que procurar o pessoal do PT para arrumar emprego”, disse o ex-prefeito.
Ele ameaçou fechar a empresa e liquidar o estoque, caso Lula vença o segundo turno. O aviso deixou os funcionários preocupados, o que os estaria fazendo pedir votos para o candidato à reeleição. A juíza Carolina Nunes estabeleceu cinco medidas a serem cumpridas e ainda arbitrou multa de R$ 45 mil para o descumprimento de cada uma delas na sentença publicada nesta quarta-feira, 12.
A magistrada quer que Eronildo divulgue em até 24 horas, após a intimação judicial, comunicado por escrito a ser fixado em todos os quadros de avisos de todas as suas unidades, nos grupos de Whatsapp da empresa, caso existentes e envio de comunicado ou mensagem individual a seus empregados reforçando o direito de escolha a candidatos a cargos eletivos e ainda a ilegalidade de coagir, intimidar, admoestar e/ou influenciar o voto com abuso de poder diretivo.
O empresário ainda deve garantir respeito à livre orientação política e à liberdade de filiação partidária aos trabalhadores e interromper concessão de vantagem ou retaliação aos trabalhadores que realizarem ou a participarem de qualquer atividade ou manifestação política, em favor ou desfavor de qualquer candidato ou candidata ou partido político. Ele também não pode discriminar e/ou perseguir os funcionários pela crença, convicção política.
A mensagem de “orientação” a empresários tem aproximadamente um minuto e foi compartilhada por Eronildo em um grupo fechado de produtores rurais de São Félix do Xingu. Ele afirmou ainda que não faz compras de fornecedores petistas. O ex-prefeito informou por meio de nota que as informações foram distorcidas e que simplesmente cumpria “a obrigação de antecipar e alertar todos que comigo trabalham sobre potenciais riscos que podem interferir fortemente em nossos negócios levando, inclusive, ao fechamento de empresas e desempregos”.