Caso Mirella: Justiça prorroga prisões de mãe e padrasto suspeitos da morte da bebê

As prisões temporárias de Rafaely Souza, de 21 anos, e do marido dela, Cristian Gomes, de 26 anos, foram prorrogadas por mais 30 dias a pedido da Delegada Thaísa Borges, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Penápolis (SP) – que investiga a morte de Mirella Fernanda Pereira, de 1 ano e 3 meses, ocorrida no dia 14 de fevereiro, na casa do casal.

Os dois, mãe e padrasto, são os principais suspeitos da morte da menina que foi levada já em rigidez cadavérica para o pronto-socorro da cidade, com marcas roxas pelo corpo e lacerações no ânus, típica de violência sexual. Os laudos que atestam a causa da morte e se houve violência sexual ainda não ficaram prontos.

Os exames estão a cargo do Instituto Médico Legal (IML) de Araçatuba, que encaminhou material para a capital paulista e não há prazo, segundo investigadores da DDM de Penápolis. A mãe da criança está no presídio de Nhandeara (SP) e o padrasto no presídio de Pereira Barreto.

Os dois se entregaram à Polícia Civil de São Paulo no dia 19 de fevereiro, na Delegacia de Araçatuba, temendo represálias por causa da morte da bebê. Para a delegada que apura a morte de Mirella, Rafaelly e Cristian contaram que colocaram a bebê para dormir na noite anterior e só notaram que ela estava morta na manhã seguinte, quando iam cuidar dela, negando qualquer agressão contra a menina.

O peão de boiadeiro Diego Henrique das Neves, pai de Mirella, aguarda a conclusão do caso. “Deus é justo e trará a Justiça”. Ele disse que está confiante na punição dos culpados.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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