Justiça de SC decide: Mulher pagará R$ 15 mil por ofensas transfóbicas

Mulher que fez ofensas transfóbicas contra professora vai pagar R$ 15 mil em danos morais, decide Justiça de SC

Uma mulher foi condenada a pagar R$ 15 mil de indenização por danos morais após fazer ofensas transfóbicas a uma professora em Gaspar, no Vale do Itajaí. De acordo com a 1ª Vara Cível da cidade, a acusada tentou interferir na eleição para a diretoria de uma escola somente pelo fato da candidata ser transexual.

A decisão foi transitada em julgado em novembro, não há mais como recorrer. O valor da condenação deve ser reajustado e acrescido de juros moratórios, conforme a determinação. A acusada também precisará pagar os custos judiciais.

A DE não conseguiu contato com a defesa dela. A advogada Rosane Martins, que faz a defesa da professora Lodemar Luciano Schmitt, disse que a indenização reajustada deve chegar a quase R$ 25 mil.

Para nós, é muito importante. Não é pelo dinheiro, mas pela função pedagógica da pena. Discriminar uma professora extremamente qualificada para o pleito pelo simples fato de ela ser uma pessoa trans é crime”, resumiu a advogada.

Transgênero é a pessoa que se identifica com o gênero oposto ao qual ela nasceu. Não há relação com orientação sexual.

ENTENDA O CASO

O caso ocorreu em 2019, quando a professora tinha 26 anos de carreira nas redes municipal e estadual de Gaspar. Ela foi convidada ao cargo de diretora da Escola Básica Dolores Luzia dos Santos Krauss e era a única candidata.

No entanto, dois dias antes das eleições, começou a circular um áudio transfóbico em um grupo de mães de alunos em um aplicativo de mensagens, incitando votos contra a candidatura.

O áudio foi descrito no processo. Em um trecho, acusada diz: “A cara da [escola] Dolores é um homossexual que se veste de mulher. Não tô dizendo que é homossexual. Se ele fosse homossexual, mas se vestisse como homem, beleza. Mas ele se veste como uma mulher, ele não tem compostura”.

A professora tomou conhecimento e recebeu apoio da comunidade, mas enfrentou críticas e transfobia nas redes sociais e nas ruas.

“Ela ficou desesperada. Ela não queria mais sair de casa, queria desistir das eleições. Ficou com síndrome do pânico, teve que buscar tratamento psicológico, aumentar medicamento, e isso tudo foi comprovado por vida das testemunhas”, detalhou a advogada.

Apesar das ofensas e da campanha feita pela acusada, a professora venceu foi eleita.

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Chef cria ‘limão doce’ e manga com gengibre para enganar paladar: frutas fake que encantam os sentidos

Frutas fake: chef cria ‘limão doce’ e manga com gengibre para enganar os sentidos

Empreendedora de Curitiba apostou em produto pouco conhecido para se destacar no ramo de confeitaria. Para especialista, cenário para quem empreende no setor é positivo, impulsinado desde a pandemia.

Azedo ou doce? Chef cria sobremesas que imitam frutas

Quando a vida deu um limão à empresária Juliana Demário, de 43 anos, ela resolveu fazer… um doce idêntico à fruta. A chef, que mora em Curitiba, apostou em uma ramo da confeitaria em que sobremesas criam ilusões, imitando objetos ou, no caso dela, frutas. Na culinária, a técnica é chamada de entremet. As criações realistas da empreendedora despertam curiosidade, especialmente nas redes. Os limões feitos por ela tem recheio de gel de amora. Outro exemplo é a manga, que por dentro, tem a própria fruta misturada com gengibre. Além das redes, os doces também estão na vitrine da loja física de Juliana, que, em um primeiro momento, pode até parecer um horti-fruti, mas é uma confeitaria. Os valores de cada doce variam de R$ 30 a R$ 40, e a produção semanal é de cerca de 500 itens.

A chef explica que a técnica é inspirada na ideia do confeiteiro francês Cédric Grolet, famoso nas redes sociais e que soma mais de 11 milhões de seguidores. Segundo ela, no entremet do confeiteiro Cedric, a receita tenta imitar o gosto real do que ela estiver recriando. Se a sobremesa for um limão, o gosto será mais próximo de um limão. Na receita de Juliana, o cliente enxerga a fruta, mas ao experimentar sente a mistura do toque cítrico e do doce, bem longe do sabor original que a fruta tem.

O negócio criado por Juliana é uma das 716.192 Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) registradas no Paraná. Especificamente sobre as confeitarias, o cenário econômico é positivo, uma vez que o setor apresentou crescimento nos últimos anos. Veja números abaixo. O Paraná conta com 4.525 confeitarias. Curitiba lidera o ranking, com 2.081 pequenos empreendimentos. Em segundo lugar aparece Londrina, com 482 confeitarias, seguida de Maringá, com 348. Confira os dados no gráfico acima.

Entre os possíveis motivos que impulsionaram este crescimento está o aumento do consumo das chamadas comfort food – gastronomia afetiva, em tradução livre, como explica Giubertoni. Segundo a consultora, muitas pessoas passaram a buscar mais conforto na comida, assim os doces e bolos se tornaram uma maneira de trazer alegria em tempos difíceis, como foi na pandemia. Além disso, a consultora destaca que a pandemia possibilitou chefs e confeiteiros a aproveitarem o isolamento para buscar formas de se criar novos produtos, o que trouxe uma onda de inovação e ajudou o setor a se destacar.

No caso de Juliana, ela resolveu apostar no segmento em 2019. Houve dificuldade em fazer o negócio engrenar porque, segundo ela, era uma época em que as pessoas não entendiam a proposta e, por isso, os doces não despartavam tanto interesse. Na pandemia, porém, o cenário mudou e o setor da confeitaria ganhou destaque, como apontam dados da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP). Em 2021, o mercado de panificação e confeitaria faturou R$ 105,85 bilhões no país, um crescimento de 15,3% em relação a 2020.

Com colaboração de Caroline Maltaca, assistente de produtos digitais do g1 Paraná.

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