Caso Patrícia Amieiro: Justiça decide que testemunha-chave deve ser ouvida durante o julgamento
Taxista que diz ter visto engenheira ser retirada com vida do carro será intimado a depor.
A Oitava Câmara Criminal decidiu, nesta quarta-feira (9), que uma testemunha-chave do Caso Patrícia Amieiro deverá ser ouvida durante o julgamento. A morte da engenheira completa 17 anos em 2025.
O júri popular, que aconteceria em fevereiro, foi adiado após a divergência envolvendo a participação de um taxista que diz ter visto Patrícia ser retirada com vida do carro.
Na decisão, a relatora, a desembargadora Elizabete Alves de Aguiar, determinou ainda a designação de nova data para realização o júri, já com a intimação do taxista.
> “Que a justiça seja feita, e que o júri popular seja marcado o mais breve possível e não dê mais margem para recursos da defesa para adiar o júri. Nossa família agoniza há 17 anos. Temos esperança que a justiça será feita”, disse Adryano Franco, irmão de Patrícia.
A engenheira Patrícia Amieiro foi morta aos 24 anos, no dia 14 de junho de 2008, quando seguia para sua casa, na Barra da Tijuca, voltando de uma festa no Morro da Urca. O carro em que ela estava foi abandonado na saída do Túnel do Joá com diversas marcas de tiro. Seu corpo nunca foi localizado.
São réus os PMs Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento, que vão responder por tentativa de homicídio, além de Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira, denunciados por fraude processual.
Em 2019, Marcos Paulo e William Luís foram condenados a 3 anos de prisão por fraude processual. Já os PMs Fábio e Marcos Oliveira foram absolvidos.
Contudo, em 2020, uma nova testemunha do caso se apresentou ao MPRJ e foi ouvida. O depoimento provocou a anulação do primeiro julgamento e a marcação de um novo júri.
TESTEMUNHA-CHAVE
Segundo a família da engenheira, a testemunha é um taxista que estava atrás do carro de Patrícia e teria presenciado a ação dos policiais envolvidos.
A família diz que a testemunha afirmou categoricamente, “com riquezas de detalhes”, ter visto Patrícia Amieiro ser retirada do carro ainda viva pelos policiais, e que ela ainda mexia os braços quando saiu do veículo.
Mãe de Patrícia Amieiro lamenta adiamento do júri para 2025.
DEPOIMENTO GARANTIDO
O depoimento do taxista, dado ao Ministério Público pela primeira vez em 2020, também poderá ser lido para os jurados sorteados para o caso.
Caso Patrícia Amieiro: testemunha diz que policiais tiraram engenheira viva do carro.
Ao MP, o taxista disse que os policiais envolvidos na ação se mostraram desesperados ao perceberem que se travava de uma mulher dentro do carro.
No relato, ao qual o DE teve acesso, o homem afirmou ter ouvido um dos policiais dizer: “Calma, a gente vai resolver”, logo após retirarem Patrícia de dentro do veículo.
A testemunha enfatizou em seu depoimento que os policiais demonstraram desespero ao perceber que havia uma mulher baleada ao volante. Ele disse que a Patrícia ainda se mexia e que viu sangue entre o nariz e a boca dela quando seu corpo foi retirado do carro pelos militares.
O taxista disse ter presenciado tudo, desde os barulhos dos tiros, à capotagem do carro e à ação dos policiais, que retiraram o corpo da engenheira do veículo. Ele foi ouvido pela promotora Carmen Eliza Bastos, no Centro do Rio, e seu depoimento foi anexado ao processo.