Justiça determina intervenção em ONG de vereadora de Londrina defensora dos animais
Suspeita é de que dinheiro, de doações e do Nota Paraná, não foi usado integralmente para associação. Anne Ada de Moraes de Souza (PL) afirmou que não há desvio e que irá comprovar judicialmente.
1 de 1 Anne Ada Moraes (PL), vereadora eleita em Londrina — Foto: RPC
Anne Ada Moraes (PL), vereadora eleita em Londrina — Foto: RPC
A Vara da Fazenda Pública de Londrina, no norte do Paraná, determinou que a tutela da Associação Defensora dos Animais (ADA) seja transferida à Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). A ONG foi fundada pela vereadora do município Anne Ada de Moraes de Souza (PL) e, segundo a liminar, apresenta irregularidades na gestão dos recursos arrecadados.
A decisão desta terça-feira (22) ocorreu após o Ministério Público do Paraná (MP-PR) mover uma ação civil pública em que solicitava a intervenção judicial e afastamento dos sócios da ADA.
A suspeita é de que o dinheiro, arrecadado por meio de doações e pelo Nota Paraná, não foi usado integralmente para despesas da ONG. Foram usadas provas como notas fiscais, depoimentos de testemunhas e fotos.
Na liminar que acatou este pedido da 20ª Promotoria de Justiça de Londrina, o juiz Marcos José Vieira cita que enquanto Anne “postava em suas redes sociais imagens sugerindo que os animais estavam a passar fome”, havia “gastos em quantias exorbitantes”. Locação de veículos, restaurantes, plano de saúde e mensalidade de pós-graduação são algumas despesas destacadas pelo magistrado que fundamentam a suspeita de confusão patrimonial.
A CMTU tem cinco dias, a partir da intimação, para indicar um interventor. Depois, há um prazo mínimo de 45 dias para apresentar um plano de intervenção.
> “[…] a questão trata-se de um problema de saúde pública e bem-estar animal, por isso, a união de esforços, ao lado do Ministério Público, é o caminho para se buscar uma solução definitiva”, diz a nota da CMTU.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (23), Anne disse estar tranquila com a decisão da Justiça. “Foi uma coisa que eu pleiteei durante anos junto ao poder público. Foram mais de 60 e-mails solicitando ajuda, suporte e inclusive uma intervenção”, explicou a vereadora.
Sobre a suspeita de desvio de valores, Anne afirmou que houve confusão no levantamento e na investigação. Ela contou que vivia de doações da família e que não pegava dinheiro da associação para gastos pessoais.
> “Não existe desvio. A gente vai comprovar tudo isso judicialmente, juridicamente, comprovando que todos os valores que entraram foram gastos na melhoria da qualidade de vida desses animais que foram resgatados praticamente em óbito”, disse Anne em entrevista coletiva.
Justiça decreta intervenção em Associação Defensora dos Animais (ADA)