Justiça decreta prisão de coronel da PM por matar engenheiro, em Aparecida

A Justiça decretou, nesta sexta-feira (03), a prisão preventiva do coronel aposentado da Polícia Militar (PM), Clóvis de Sousa e Silva, acusado de matar o engenheiro Erceli Miguel Pinto com um tiro no pescoço, em Aparecida de Goiânia. O agora réu, cometeu o crime no dia 16 de abril na porta da casa da vítima, no setor Vila Brasília.

A denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) foi aceita pelo juiz Leonardo Fleury Curado Dias. Segundo as investigações, Erceli tinha sido contratado para construir uma casa para Clóvis, mas ficaram algumas pendências no trabalho.

Uma câmera de segurança registrou quando o PM e o engenheiro se encontram na rua. Eles começam a discutir e, segundos depois, Clóvis sacou a arma e deu um tiro na vítima. Depois, ele sai caminhando pela calçada se afastando de Erceli, que fica caído sangrando.

Em depoimento, o policial confessou o crime e disse que foi agredido verbalmente e empurrado pelo engenheiro. Ele argumentou ainda que tinha a intenção de dar um tiro para cima, mas que o disparo acabou acertando no pescoço da vítima sem ele saber como.

O policial militar da reserva disse ainda que, após o crime, saiu andando desorientado, jogou a arma em uma chácara perto do Terminal Padre Pelágio, em Goiânia, a cerca de cinco quilômetros de distância do local do crime.

Depois, Clóvis se apresentou na Corregedoria da Polícia Militar. Porém, como não se trata de um crime militar, o homem procurou a Polícia Civil (PC), onde prestou depoimento e confessou o assassinato.

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PF indiciou Bolsonaro e militares por plano de golpe e assassinato de autoridades

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, após as eleições presidenciais de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado. Além do ex-presidente, a PF concluiu que mais 36 pessoas estão envolvidas, entre elas ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), e Braga Netto (Defesa), além de outros militares e aliados do ex-presidente.

O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta que os indiciados foram responsáveis por tramas golpistas, ações relacionadas aos atos de 8 de janeiro, e até um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, também foi indiciado e prestou depoimento ao STF nesta quinta-feira, 21, sendo considerado um dos últimos testemunhos a serem ouvidos no caso.

Entre os crimes atribuídos aos indiciados estão: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Plano de assassinato

Além das investigações sobre os atos golpistas, a PF realizou uma operação, na terça-feira (19), contra uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes. A organização, composta principalmente por militares das Forças Especiais, visava a realização de um golpe para impedir a posse do governo eleito em 2022.

A investigação revelou que o plano de assassinato foi preparado para o dia 15 de dezembro de 2022, e que Moraes estava sendo monitorado de forma contínua. A organização também tinha a intenção de criar um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para gerenciar as consequências de suas ações.

A PF concluiu que Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano, o que agrava ainda mais a situação do ex-presidente.

O 8 de Janeiro e as consequências

Em 8 de janeiro de 2023, seguidores de Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília, em protesto contra o resultado das eleições de 2022. O governo federal decretou intervenção na segurança do Distrito Federal e mais de 1.800 pessoas foram presas nos dias seguintes.

As investigações sobre os atos de 8 de janeiro identificaram financiadores e grupos organizados que planejaram os ataques. Bolsonaro passou a ser investigado após surgirem evidências de que ele havia incentivado discursos golpistas, levando o STF a aceitar denúncias contra centenas de envolvidos. Vários réus já foram condenados por crimes como associação criminosa, dano ao patrimônio público e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

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