Justiça decreta prisão de 4 suspeitos de envolvimento em ataque a assentamento
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
O crime aconteceu no início do ano, em Tremembé, no interior de São Paulo. Duas
pessoas morreram e seis ficaram feridas. Um dos suspeitos já está preso.
1 de 2 Assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Tremembé, SP. — Foto: Rauston
Naves/TV Vanguarda
Assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Tremembé, SP. — Foto: Rauston Naves/TV
Vanguarda
A Justiça decretou a prisão de quatro pessoas suspeitas de envolvimento no
ataque a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
[https://DE.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2025/01/11/dois-homens-sao-mortos-e-seis-pessoas-ficam-feridas-apos-ataque-em-assentamento-na-zona-rural-de-tremembe-sp.ghtml],
em Tremembé [https://DE.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/cidade/tremembe/],
no interior de São Paulo, no início deste ano.
O ataque aconteceu no dia 10 de janeiro, no assentamento Olga Benário, na
Estrada Kanegae. Valdir Nascimento, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho,
de 27, foram assassinados a tiros. Seis pessoas também ficaram feridas na ação –
entenda mais abaixo.
A prisão preventiva dos suspeitos foi decretada após denúncia do Ministério
Público de São Paulo. Um dos suspeitos, Antônio Martins dos Santos Filho, mais
conhecido como “Nero do Piseiro”, está preso e outros três suspeitos estão
foragidos.
A denúncia feita pelo MP contou com participação do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (GAECO). Os promotores responsáveis pelo caso
afirmam que o crime foi praticado por motivo torpe, propiciando perigo comum e
mediante recursos que dificultaram a defesa das vítimas.
> “A investigação apontou que um dos autores havia ocupado um lote no
> assentamento de forma irregular, sendo na oportunidade avisado de que não
> poderia mais permanecer ali. A situação gerou discussão e ameaças às vítimas,
> inclusive promessas por parte de um dos autores de que retornaria mais tarde
> para resolver a questão. Em seguida, ele arregimentou familiares, amigos e
> conhecidos, tendo retornado ao assentamento no mesmo dia, tarde da noite, para
> praticar os crimes. No local, os autores efetuaram diversos disparos de armas
> de fogo, atingindo as vítimas e assumindo o risco de alvejar outras tantas que
> sequer tomaram parte na discussão”, afirma o Ministério Público.
Ainda de acordo com o MP, as investigações continuam para identificar a
participação de mais pessoas.
Ataque a assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Tremembé (SP) deixa dois mortos e seis feridos
[https://s04.video.glbimg.com/x240/13251215.jpg]
Ataque a assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Tremembé (SP) deixa dois mortos e seis feridos
O CASO
Um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em
Tremembé, no interior de São Paulo, foi atacado no início deste ano
[https://DE.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2025/01/30/policia-civil-faz-operacao-para-prender-suspeitos-de-envolvimento-em-ataque-a-assentamento-do-mst.ghtml].
O ataque aconteceu no dia 10 de janeiro, no assentamento Olga Benário, na
Estrada Kanegae. Dois morreram e seis ficaram feridos.
Um dia depois do crime, o então delegado seccional de Taubaté, Marcos Parra,
informou em entrevista coletiva que as evidências iniciais apontavam para uma
possível disputa por um lote no assentamento como a motivação do crime.
Em entrevista à TV Vanguarda na semana do crime, o delegado diretor do
Deinter-1, Dr. Múcio Mattos, disse que o ataque não teve nada relacionado contra
o MST, mas, sim, a um lote específico no assentamento.
“O que foi possível compreender até agora é que o litígio foi nesse lote
específico. Não é contra o Movimento [Sem Terra], é contra esse lote. A disputa
não é da gleba, é do lote que está desocupado”, disse Múcio Mattos, diretor do
Deinter-1 em São José dos Campos (SP).
2 de 2 O assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra que foi alvo do ataque fica na zona rural de
Tremembé. — Foto: Reprodução/TV Vanguarda
O assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra que foi alvo do ataque fica na zona rural de
Tremembé. — Foto: Reprodução/TV Vanguarda
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