A decisão da Justiça de levar os policiais envolvidos na morte de João Pedro a júri popular representa um marco importante no caso. Os desembargadores da Sexta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro analisaram um recurso da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ), que pedia o júri. João Pedro Mattos Pinto, de apenas 14 anos, foi morto durante uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil e da Polícia Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
Os réus, policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister, haviam sido absolvidos em julho de 2024 pelo Tribunal de Justiça do Rio. No entanto, a decisão foi contestada e, nesta terça-feira, a Sexta Câmara decidiu que eles devem enfrentar o júri popular. A mãe de João Pedro, Rafaela Mattos, expressou alívio com a decisão, destacando que a luta pela justiça continua mesmo diante dos obstáculos.
O caso de João Pedro completa 5 anos, evidenciando a dor e a luta por justiça da família. Testemunhas e familiares afirmam que os policiais chegaram atirando na casa, onde o adolescente brincava com outras crianças, e que a cena do crime foi alterada pelos acusados para simular um confronto com criminosos. A juíza que absolveu os policiais na primeira instância afirmou que houve confronto, mas esses argumentos foram contestados no julgamento do recurso.
A Defensoria Pública atua como assistente da vítima no caso, buscando reparação e reconhecimento de que uma injustiça foi cometida. Além do pedido para que os réus sejam levados a júri, a DPRJ pleiteou um aumento na indenização para a família, um tratamento multidisciplinar de saúde mental, entre outras medidas. O defensor público Pedro Carriello ressaltou a importância desse julgamento como um marco simbólico na busca por justiça e reparação para famílias de vítimas de violência policial.
A audiência realizada nesta terça-feira representa um passo importante na trajetória de busca por justiça no caso de João Pedro. A família segue firme na luta por justiça, buscando que os réus sejam responsabilizados de acordo com a lei. A comoção em torno do caso João Pedro ressalta a necessidade de um sistema de justiça eficaz e que reconheça os direitos das vítimas de violência policial, especialmente aquelas pertencentes às camadas mais vulneráveis da sociedade.