Justiça determina pagamento de adicional a trabalhadora de cafeteria em Goiânia

Uma trabalhadora, inicialmente contratada como atendente em uma cafeteria de Goiânia, obteve na Justiça do Trabalho o reconhecimento do acúmulo de funções e o deferimento de um adicional de 20% sobre o salário mensal. O juiz Luciano Crispim, da 13ª Vara do Trabalho, reconheceu as provas que indicaram que a empregada executava tarefas diversas, indo além das atribuições previstas para sua função.

Inicialmente contratada para exercer a função de atendente, a funcionária também fazia suco, temperava carnes, preparava marmitas e pratos feitos, além de preparar alimentos na chapa, limpar banheiros, dentre outras atividades. Ela buscou na Justiça do Trabalho o adicional por acúmulo de função.

Ao analisar as provas testemunhais, o juiz ressaltou que as atividades da trabalhadora iam além do atendimento. Crispim enfatizou que tais responsabilidades ultrapassavam o escopo original da contratação, evidenciando o desempenho também da função de barista.

No processo, a cafeteria alegou que a funcionária se limitava a atender clientes e preparar sucos, conforme a Classificação Brasileira de Ocupações. No entanto, Crispim destacou que o acúmulo de função ocorre quando há um desequilíbrio entre as atividades inicialmente acordadas e as exigências adicionais impostas pelo empregador, sem contraprestação adequada.

A decisão concede à trabalhadora não apenas o adicional, mas também seus reflexos. A cafeteria ainda poderá recorrer da sentença.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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