O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu, neste sábado (4), uma liminar que determinou a soltura do médico e ex-deputado estadual por Goiás, Iram de Almeida Saraiva Júnior, de 38 anos. Ele havia sido preso na última quarta-feira (1º) sob suspeita de estuprar a própria filha, de apenas 2 anos.
A decisão, assinada pela desembargadora Gizelda Leitão Teixeira, apontou a ausência de provas da existência do crime e falta de indícios suficientes de autoria até o momento. Iram, que também já foi vereador em Goiânia e atualmente atua como oftalmologista em Niterói, foi detido por agentes da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) em um apartamento na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A prisão preventiva havia sido solicitada pelo Ministério Público do Rio após seis meses de investigação. Nesse período, a polícia ouviu a criança em entrevistas especiais, recolheu depoimentos, laudos médicos e psicológicos, e apreendeu o celular do ex-deputado.
Em nota, a defesa do médico celebrou a libertação e afirmou que ele é vítima de uma “grave acusação falsa”, resultado de desentendimentos familiares. O advogado Alexandre Mallet destacou que o cliente chegou a ser acusado pela ex-esposa de transmitir herpes à filha, mas que exames laboratoriais comprovaram que ele não é portador do vírus. Segundo a defesa, o laudo de corpo de delito realizado na criança não apontou sinais de violência.
“Iram entregou as senhas de todos os seus dispositivos eletrônicos, nos quais nada de ilícito foi encontrado. Sua liberdade representa uma grande vitória dos princípios constitucionais da presunção de inocência e da dignidade humana”, declarou Mallet, que afirmou confiar que a inocência do ex-deputado será reconhecida ao final do processo.
Além da acusação de estupro de vulnerável, Iram também é investigado por injúria e perseguição contra a ex-esposa. O inquérito conduzido pela 16ª DP (Barra da Tijuca) foi encaminhado ao Ministério Público, que solicitou novas diligências.
Iram Saraiva Júnior foi deputado estadual por Goiás pelo MDB entre 1999 e 2007, e é filho de Iram Saraiva, ex-senador, deputado federal e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), falecido em 2020.