A Justiça do Trabalho condenou a DE a pagar indenização à atriz Roberta Rodrigues por tê-la submetido a situações de assédio moral e racismo nos bastidores da novela Nos Tempos do Imperador, que foi ao ar em 2021. Roberta, que interpretou a personagem Lupita, junto com Cinnara Leal (Justina) e Dani Ornellas (mãe Candida), denunciaram o diretor artístico Vinicius Coimbra por tratar o elenco negro de forma diferente ao dos atores brancos.
As atrizes afirmam que Coimbra e sua equipe tinham falas preconceituosas e que fizeram segregação entre os atores, incluindo camarins separados nos estúdios da novela protagonizada por Selton Mello. Documentos apontam que eles separavam as pessoas entre elenco branco e negro, evidenciando atos de racismo nos bastidores da produção.
Vinicius Coimbra foi demitido da DE em fevereiro de 2022, após as denúncias feitas pelas atrizes. A juíza Aline Gomes Siqueira, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, interpretou que a emissora permitiu práticas de assédio moral e racismo institucional no ambiente de trabalho. A decisão é passível de recurso, mas por enquanto a indenização de R$ 500 mil foi determinada pela Justiça.
Inicialmente, Roberta solicitava uma indenização de R$ 10 milhões por conta dos abusos sofridos no trabalho, porém a Justiça do Trabalho determinou apenas 5% desse valor. Nos autos do processo, a atriz relatou que as práticas abusivas contra ela teriam causado um diagnóstico de burnout, levando-a a precisar de três meses de afastamento das gravações do folhetim.
É importante ressaltar a importância de combater todas as formas de discriminação e preconceito, seja no ambiente de trabalho ou em qualquer outro contexto. A violência racista não pode ser tolerada e é fundamental que medidas como essa decisão judicial sejam tomadas para garantir a proteção e o respeito no ambiente profissional. A DE deve rever seus processos internos e garantir um ambiente seguro e inclusivo para todos os seus colaboradores.