Última atualização 24/06/2022 | 15:11
A partir desta sexta-feira, 24, as mulheres norte-americanas não poderão realizar aborto legal no país. A Suprema Corte decidiu restringir a prática e confirmou o resultado vazado em maio deste ano pelo ministro relator do caso. A medida segue o alinhamento ideológico conservador do partido republicano, do ex-presidente Donald Trump.
Grupos contrários à decisão em todo o país chegaram a protestar na porta da Suprema Corte. Eles defendem que os direitos das mulheres são direitos humanos. O perfil das que aderem à prática é de gestantes há menos de seis semanas, de 25 a 29 anos, solteiras, negras e sem aborto prévio. Os dados são do Guttmacher Institute, The New York Times e Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
Para realizar o procedimento, as interessadas em fazer o aborto deverão ir até um dos estados que manterão a prática. O sistema legal norte-americano permite que as unidades confederadas legislem de forma independente. O receio dos estados democratas que são mais liberais, é pela sobrecarga do sistema de saúde local. Eles seriam cerca 11 do total de 40, como Califórnia, Novo México e Michigan.
O entendimento derruba dois anteriores, sendo um da década de 1970 e outro dos anos 1990. O argumento foi o de que o texto da Constituição dos Estados Unidos não especifica nada sobre o assunto. À época, os ministros associaram o direito à vida privada como garantia à prática de interrupção da gravidez.
Retrocesso
A decisão foi criticada pela presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e pela ex-primeira-dama do país, Michelle Obama. “Estou de coração partido pelas pessoas neste país que acabaram de perder o direito fundamental de tomar decisões sobre seus próprios corpos”, postou Michelle no seu perfil no Twitter.
My thoughts on the Supreme Court’s decision to overturn Roe v. Wade. pic.twitter.com/9ALSbapHDY
— Michelle Obama (@MichelleObama) June 24, 2022