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Justiça Eleitoral barra candidatura de influencer acusado de ameaçar expor fotos íntimas da ex-companheira

Última atualização 10/09/2024 | 20:25

A  juíza da 39ª Zona Eleitoral de Cuiabá, Suzana Guimarães Ribeiro,  negou o registro de candidatura de um digital influencer que planejava concorrer a um cargo político nas eleições de 2024. A decisão se baseou em acusações de que o candidato teria ameaçado divulgar fotos íntimas de sua ex-namorada após o término do relacionamento. O caso reacendeu o debate sobre a Lei Maria da Penha e a necessidade de combater a violência contra a mulher, especialmente no ambiente digital.
 
O influencer e cantor Rafic Yassin Mohamed (PP) utilizou as redes sociais para construir sua imagem pública, angariando milhares de seguidores. No entanto, mensagens trocadas com a ex-companheira revelaram um lado obscuro do candidato. Nelas, ele a ameaça com a divulgação de fotos íntimas como forma de vingança pelo término do relacionamento. A defesa do influencer alega que as mensagens foram enviadas em um momento de raiva e que ele jamais divulgaria as fotos.
 
A gravidade das ameaças levou a vítima a buscar ajuda legal. Com base nas provas apresentadas, a Justiça Eleitoral decidiu negar o registro da candidatura do influencer. A juíza responsável pelo caso destacou a incompatibilidade entre o comportamento do candidato e o decoro exigido para o exercício de um cargo público. A decisão, considerada inédita no país, pode abrir precedentes para barrar candidaturas com base em comportamentos inadequados no ambiente online.
 
A crescente influência das redes sociais na vida das pessoas exige atenção especial para casos de violência virtual. A internet, muitas vezes vista como um espaço de liberdade de expressão, pode se tornar uma ferramenta poderosa para perpetrar abusos e causar danos irreparáveis à vida das vítimas. É fundamental que a legislação acompanhe essa evolução tecnológica e que as autoridades estejam preparadas para investigar e punir crimes cometidos no ambiente digital.
 
A Lei Maria da Penha, em vigor desde 2006, representa um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil. A legislação prevê punições para diversos tipos de agressão contra a mulher, incluindo a violência psicológica, a qual abrange ameaças e constrangimentos. No entanto, a aplicação da lei em casos de violência online ainda enfrenta desafios. A rápida propagação de informações na internet e a dificuldade em identificar os autores de crimes virtuais exigem adaptações e aprimoramento das ferramentas de investigação.
 
A conscientização da sociedade sobre a gravidade da violência contra a mulher, seja ela física ou virtual, é fundamental para combater esse problema. É preciso romper com a cultura do silêncio e incentivar as vítimas a denunciar seus agressores. As plataformas digitais também têm um papel importante nesse processo, devendo adotar medidas eficazes para coibir a propagação de conteúdo abusivo e garantir um ambiente online mais seguro para as mulheres.