Justiça Federal exige a suspensão do Telegram com multa de R$ 1 milhão

O aplicativo de mensagens Telegram será suspenso temporariamente em todo território brasileiro e ainda terá de pagar multa de R$ 1 milhão após não cumprir a decisão da Justiça Federal do Espírito Santos (JFES), que determinou na última quarta-feira, 19, que os dados sobre grupos neonazistas que utilizam o aplicativo fossem entregues à Polícia Federal (PF) para investigação.

A Justiça solicitou que o aplicativo fornecesse em 24h os seguintes dados cadastrais como: nome, nome de usuários, CPF, foto do perfil, status do perfil, e-mail, endereço, dados bancários e do cartão de crédito cadastrados, contatos fornecidos para recuperação de conta, dispositivos vinculados (incluindo IMEI, se houver), número de confiança indicado para a autenticação de dois fatores e logs de criação (contendo IP, data, hora, fuso horário GMT/UTC e porta lógica), de todos os usuários de dois canais abertamente anti-semitas hospedado pelo Telegram.

De acordo com a Justiça, a resposta dada pela plataforma foi precária. No caso de um dos canais, o Telegram informou que, apesar do canal já ter sido deletado, havia um usuário, um nome de telefone e um IP vinculados ao administrador dele. Em relação ao segundo canal, a plataforma relatou que com base no ID fornecido, foi possível identificar que o grupo já foi deletado. Sendo assim, para recuperar tais dados privados do administrador, é necessário o número de telefone.

“… a despeito da resposta dentro do prazo, as informações fornecidas não atendem à ordem judicial. Salienta-se que a determinação era para que o Telegram encaminhasse os dados cadastrais de TODOS os integrantes do canal e do grupo de chat”, disse a Polícia Federal. “O Delegado de Polícia Federal peticionante tem razão ao argumentar que o cumprimento deficitário da ordem judicial pelo Telegram não se justifica”.

Suspensão temporária 

Assinado pelo juiz Wellington Lopes da Silva, o documento estabelece que a sanção de suspensão temporária das atividades do Telegram no Brasil é medida efetivada com antecedência neste autos, por meio da expedição dos ofícios às empresas referidas.

Além da suspensão, Telegram terá que pagar uma multa de R$ 1 milhão por cada dia de atraso no cumprimento incontestável da decisão anteriormente proferida ou 5% do faturamento do grupo econômico no Brasil no exercício de 2022.

Por fim, através de uma nota, o departamento informou que em razão do descumprimento de determinação judicial provocada pela PF no interesse de uma investigação em curso, foram determinadas sanções ao aplicativo Telegram, que estão sendo executadas nesta data.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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