Justiça Federal proíbe ocupações de indígenas no Parque Nacional do Iguaçu após pedido do DE: entenda caso e argumentos do MPF

Justiça Federal proíbe ocupações de indígenas no Parque Nacional do Iguaçu após pedido do DE

DE afirma existir “risco iminente” de invasão e que busca barrar qualquer ameaça à área de conservação. Decisão é liminar. Veja o que dizem envolvidos.

1 de 1 Justiça Federal proíbe ocupações de indígenas no Parque Nacional do Iguaçu após pedido do DE — Foto: Reprodução RPC

Justiça Federal proíbe ocupações de indígenas no Parque Nacional do Iguaçu após pedido do DE — Foto: Reprodução RPC

A Justiça Federal expediu uma decisão liminar proibindo possíveis ocupações de indígenas da etnia Ava-guarani em áreas do Parque Nacional do Iguaçu em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, e em qualquer outra área pertencente ao parque.

A liminar foi concedida após uma ação de interdito proibitório (ação preventiva em caso de ameaça de invasão de propriedade) proposta pelo Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (DE) – órgão responsável pela administração da unidade – que afirma existir “risco iminente” de invasão de áreas. Leia mais abaixo.

Na decisão da quarta-feira (11) o juiz Sérgio Luís Ruivo Marques determinou também que os indígenas devem se abster de promover qualquer movimentação em áreas do parque sob pena de multa diária de R$ 1 mil.

A Justiça Federal também intimou a Delegacia da Polícia Federal (PF) de Foz Iguaçu para que tenha ciência da decisão para que possa monitorar eventual invasão no Parque Nacional do Iguaçu.

> “Os direitos das pessoas indígenas devem ser equacionado também com o interesse público na conservação do meio ambiente, o que se apresenta ainda mais salutar em se tratando de unidade de conservação da natureza”, diz juiz na decisão.

O QUE ARGUMENTA O DE NO PEDIDO

No pedido, o DE afirma que existe “risco iminente” de invasão de área do Parque Nacional do Iguaçu por indígenas guaranis, além de grave ameaça de conflito, de acordo com informações recebidas pelo órgão através do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal (PF).

O objetivo da liminar, segundo o instituto, é proteger os recursos naturais do parque que possui 420 quilômetros de extensão ao longo de 14 cidades.

A suspeita do DE é que tais invasões ocorram em decorrência dos desdobramentos e negociações sobre ações judiciais que envolvem territórios indígenas da comunidade Avá-guarani do oeste Paraná.

Entre elas, segundo o órgão, está uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal e que discute medidas de reparação histórica em virtude da construção da Usina Hidroelétrica de Itaipu.

> “O DE reforça que não é parte nessa ação e que em momento algum fez menção ou proposta formal para a utilização de áreas do Parque Nacional do Iguaçu como parte dessa reparação”, argumentou o órgão.

> “O DE, respaldado pela legislação vigente, rejeita veementemente qualquer proposta de ceder áreas do Parque como forma de reparação ou solução de conflitos”, afirma o DE no documento.

RECOMENDAÇÃO DO MPF

O pedido liminar foi feito após recomendação do Ministério Público Federal (MPF) alertando o DE sobre sérios riscos de ocupações no parque que podem ser “desastre para a unidade, como também para as próprias comunidades, futuramente serão responsabilizadas pelos resultados negativos, pela destruição ou degradação deste patrimônio natural”.

Em entrevista ao DE e a RPC, a procuradora da república do MPF, Monique Cheker, esclareceu que não há notícias de efetivas invasões, mas que a ação preventiva se faz necessária tendo em vista informes que indicam a presença de grupos próximos ao parque.

A procuradora citou que ambas as situações que discutem a situação dos indígenas no Paraná – responsabilização de Itaipu com relação à situação do grupo étnico após a construção de Itaipu e demarcação das terras indígenas em âmbito nacional – não citam o Parque Nacional do Iguaçu e nem o responsabilizam com relação à atual situação dos indígenas no estado.

> “[O Parque Nacional do Iguaçu] é espaço muito pequeno de preservação ambiental e existem terras fora do parque que muito bem podem ser trabalhadas para que haja o devido respeito a esses indígenas que estão na região e que precisam de terra”, argumentou Cheker.

> “O parque ali é o elo mais frágil de um jogo que talvez não queira responsabilizar devidamente a quem de direito teria responsabilidade por essas terras indígenas”, afirmou a procuradora.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Ambulância fica destruída e motorista morre após acidente na BR-282 em Bom Retiro, Serra de SC

Ambulância fica destruída e motorista morre após veículo sair de pista e bater em árvores na Serra de SC

Uma técnica de enfermagem teve ferimentos leves. O motorista trabalhava na Secretaria de Saúde de Lages e o acidente foi em Bom Retiro, na mesma região.

Ambulância fica destruída após acidente na BR-282 em Bom Retiro, Serra de SC — Foto: CBMSC/Divulgação

Um motorista de 35 anos morreu e uma técnica de enfermagem de 47 anos ficou ferida após a ambulância em que eles estavam sair de pista e bater em árvores em Bom Retiro, na Serra de Santa Catarina, na manhã desta quarta-feira (18). O veículo ficou destruído.

Ambulância fica destruída após sair de pista na Serra de SC — Foto: CBMSC/Divulgação

O acidente ocorreu às 6h40 no km 153 da BR-282, informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os bombeiros foram chamados em seguida.

Quando os socorristas chegaram, a ambulância já estava caída em uma ribanceira e havia batido contra árvores. O motorista, Lucas Doleski, estava preso às ferragens e já sem sinais vitais. A técnica de enfermagem teve ferimentos leves e foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Foi necessário um guincho para ajudar a retirar o motorista da ambulância. O corpo ficou aos cuidados da Polícia Científica. Lucas Doleski era motorista da Secretaria de Saúde de Lages e morreu em acidente na BR-282.

A Prefeitura de Lages publicou uma nota de pesar sobre o acidente e lamentou a morte do motorista, destacando sua dedicação e profissionalismo. A nota expressa solidariedade aos familiares, amigos e colegas de trabalho de Lucas Doleski.

Neste momento de tristeza, a Prefeitura deseja força e serenidade para enfrentar a perda irreparável. Motorista de ambulância morre após veículo sair de pista na Serra de Santa Catarina.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp