A juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, mandou soltar a mulher de Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como ‘Nefo’, o responsável pelo setor de inteligência do Primeiro Comando da Capital (PCC) e um dos envolvidos no plano do atentado contra o senador Sérgio Moro (União-PR) e o promotor de Justiça de São Paulo Lincoln Gakya.
Aline de Lima Paixão e o companheiro foram presos na Operação Sequaz, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira, 22. A juíza alegou que a mulher de Nefo deveria ser solta, pois ela tem três filhos pequenos em casa. No entanto, ela deverá ser monitorada por tornozeleira eletrônica e não poderá manter contato com os demais investigados.
De acordo com a apuração da PF, a mulher era encarregada por reunir os dados da família de Moro. A partir dessas informações, a facção passou a organizar e colocar em prática o plano de sequestro.
Relembre o caso
A Polícia Federal deflagrou, na última quarta-feira, 22, uma operação para desarticular um plano idealizado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) de sequestrar e matar servidores públicos e autoridades. Entre os alvos da facção estavam o ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil/PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).
Em nota, o senador afirmou que o plano do PCC era matar toda a família dele. Os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos em cinco unidades da Federação, sendo: Roraima, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo. De acordo a PF, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, sendo que os principais investigados estão localizados nos estados de São Paulo e Paraná.
Códigos nos diálogos
As investigações da polícia precisou usar interceptação de e-mails, mensagens de WhatsApp e telefonema. Em um dos diálogos, Nefo, chega a pedir para Aline que salve códigos no celular dela para “não esquecer” os detalhes do plano.
O grupo deu ao senador o codinome “Tokio”. Uma troca de mensagens anexada ao documento expedido pela Justiça ainda mostra que o termo “sequestro” foi substituído por “Flamengo”.
Outros nomes de clubes de futebol brasileito foram utilizados pelos suspeitos a fim de despistar as autoridades. “Fluminense” substitui a palavra “ação”. “Ponte Preta” também aparece na troca de mensagens, porém a investigação não conseguiu identificar o significado. O código “México” foi utilizado para substituir o estado de Mato Grosso do Sul.
Segundo a decisão, Nefo seria o encarregado pela organização, financiamento, planejamento e execução do sequestro de Moro.
A partir da quebra do sigilo telefônico e telemático do suspeito, a investigação constatou que “foi dele que partiu a mensagem com os códigos que permitiram descortinar o planejamento do sequestro do senador”.
“Em suas contas de e-mail, foram observados diversos arquivos descrevendo despesas para viagens, materiais, veículos, combustível, aluguéis etc, fazendo referência aos códigos”Flamengo “,”Fluminense “,”Tokio ” e”México “, detalha a decisão.