A Justiça manteve a condenação do médico Wesley Noryuki Murakami da Silva, acusado de causar deformações permanentes em pacientes durante procedimentos estéticos em Goiânia e Brasília. A decisão foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), que negou recurso da defesa em audiência realizada no dia 29 de outubro de 2024. Wesley foi condenado a 9 anos, 10 meses e 10 dias de prisão em regime fechado por lesão corporal gravíssima contra nove pacientes, mas poderá recorrer em liberdade.
A sentença confirma que o médico utilizou PMMA (polimetilmetacrilato) em procedimentos estéticos, o que resultou em deformações nos rostos e glúteos das vítimas. Segundo o Ministério Público de Goiás, Murakami não possuía autorização do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CRM-GO) para realizar tais procedimentos, caracterizando, assim, o exercício ilegal da medicina. No entanto, a Justiça decidiu absolver o médico da acusação de exercício ilegal, mantendo apenas a condenação por lesão corporal.
Durante o julgamento, a defesa de Wesley argumentou falta de provas suficientes, pediu a anulação de laudos periciais e solicitou a redução da pena para o mínimo legal, com substituição por multa, mas todos os pedidos foram rejeitados. A desembargadora Rozana Camapum, relatora do caso, afirmou que “as provas demonstram, de forma inequívoca, a materialidade e autoria dos crimes”, confirmando a gravidade das lesões causadas às vítimas. A sentença ainda destacou que Murakami agiu com dolo eventual, pois estava ciente dos riscos e dos resultados negativos, mas continuou realizando os procedimentos estéticos.
Os procedimentos ocorreram entre 2013 e 2018, e as vítimas enfrentaram longas fases de recuperação, além de sequelas permanentes. Algumas precisaram de cirurgias reparadoras sem a assistência do médico, conforme apontaram os laudos. Em casos específicos, Wesley já foi condenado a pagar indenizações de até R$ 60 mil a pacientes que sofreram sequelas.
O caso segue gerando repercussão devido ao impacto psicológico e financeiro nas vítimas, que relataram dores e constrangimentos após os procedimentos malsucedidos.