Justiça define nova data para leilão do Edifício Holiday
Prédio será leiloado pela primeira vez em 30 de janeiro, com lance mínimo de R$
35,7 milhões.
O DE 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital definiu que o Edifício Holiday,
localizado no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/cidade/recife/), será leiloado no dia 30 de
janeiro de 2025. Esta é a segunda vez neste ano que a Justiça marca uma data
para a venda do prédio
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/04/23/edificio-holiday-predio-foi-avaliado-em-quase-r-35-milhoes-leilao-acontece-em-maio.ghtml),
que está desocupado desde 2019 por causa de riscos estruturais.
✅ Receba no WhatsApp as notícias do DE PE
O documento assinado na quinta-feira (5) pelo juiz Marcos Garcez dá prosseguimento à decisão do desembargador Antenor Cardoso Soares Júnior, que autorizou a venda do imóvel, no último mês
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/11/22/justica-volta-atras-e-autoriza-leilao-do-edificio-holiday-mas-predio-nao-podera-ser-completamente-demolido.ghtml),
contanto que o prédio não seja completamente demolido.
Em maio deste ano, o Holiday estava com data marcada para ser leiloado, mas o procedimento foi suspenso um dia antes do programado
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/05/21/justica-suspende-leilao-do-edificio-holiday-interditado-ha-cinco-anos.ghtml)
porque o desembargador Antenor Cardoso atendeu ao pedido da Defensoria Pública de Pernambuco, que apresentou um plano de recuperação do edifício.
Em novembro, cerca de seis meses após a suspensão, o desembargador voltou atrás e autorizou a venda. Segundo o magistrado, a Defensoria Pública de Pernambuco, que solicitou a suspensão, não apresentou alternativas concretas de recuperação do Edifício Holiday.
A nova autorização para o leilão estipula duas tentativas de venda:
Em 30 de janeiro, com lance mínimo de R$ 35,7 milhões;
Em 20 de fevereiro, com lance mínimo de R$ 21,4 milhões.
Segundo o TJPE, a segunda tentativa de venda só será realizada caso não haja o lance mínimo de R$ 35,7 milhões na primeira tentativa.
Ainda de acordo com o Tribunal, o custo da futura reforma e recuperação do prédio será responsabilidade do arrematante e não poderá ser descontado do valor da compra do imóvel.
DETERIORAÇÃO DA ESTRUTURA
O Edifício Holiday foi construído em 1956 e desocupado em 2019. Com 17 andares, no prédio moravam mais de 3 mil pessoas. O edifício representa, segundo estudiosos, um marco arquitetônico e social para a cidade.
Apesar de sua relevância, o Holiday acumulou uma série de problemas estruturais ao longo dos anos, incluindo ligações elétricas clandestinas que motivaram a desocupação da estrutura pelo alto risco de incêndio.
Durante a avaliação para estipular o valor de mercado da construção
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/04/13/edificio-holiday-saiba-quando-vai-ser-o-leilao-e-veja-imagens-de-dentro-do-predio.ghtml),
em abril deste ano, os técnicos apontaram que os apartamentos do Holiday já não têm esquadrias, portas, janelas, instalação elétrica, nem hidráulica. Os avaliadores também encontraram muito lixo dentro do edifício.
RELEMBRE O CASO
A desocupação do Edifício Holiday começou no dia 9 de março de 2019, quando alguns moradores deixaram o imóvel depois que a Neoenergia cortou a energia do local por causa de falhas no sistema elétrico
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/03/09/sem-energia-eletrica-moradores-deixam-edificio-holiday.ghtml),
o que motivou um protesto dos moradores
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/03/08/protesto-interdita-cruzamento-proximo-ao-edificio-holiday-na-zona-sul-do-recife.ghtml);
Quatro dias depois, o TJPE determinou a imediata interdição e desocupação do prédio
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/03/13/justica-determina-interdicao-e-desocupacao-do-edificio-holiday-em-ate-cinco-dias-uteis.ghtml).
A retirada dos moradores foi concluída no dia 23 de março daquele ano
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/03/23/edificio-holiday-esta-totalmente-desabitado-afirma-sds.ghtml);
A partir de então, o imóvel ficou sob os cuidados da prefeitura do Recife, permanecendo inabitado;
Em setembro de 2020, vários tapumes que tinham sido colocados no local foram retirados
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/09/21/retirada-de-tapumes-de-protecao-expoe-problemas-do-edificio-holiday-em-boa-viagem.ghtml),
expondo um cenário de degradação e sujeira;
Além disso, desde a interdição, casos de roubos se tornaram frequentes no local
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2021/02/22/quase-dois-anos-apos-interdicao-ex-moradores-do-holiday-lutam-contra-esquecimento-da-historia-do-edificio.ghtml).
Entre as ocorrências, dois homens foram flagrados pela TV DE roubando janelas e esquadrias do edifício
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2021/02/10/homens-sao-flagrados-roubando-janelas-do-edificio-holiday-veja-video.ghtml);
Em outubro de 2021, uma decisão judicial determinou a demolição de construções irregulares no térreo e no entorno do Holiday
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2021/10/18/construcoes-no-terreo-e-no-entorno-do-edificio-holiday-sao-demolidas-e-familias-sao-retiradas-do-local-por-determinacao-judicial.ghtml);
Três anos após a interdição, em março de 2022, ex-moradores do prédio fizeram um protesto pedindo ajuda contra a degradação do imóvel
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2022/03/14/tres-anos-apos-serem-retirados-do-edificio-holiday-moradores-protestam-pedindo-ajuda-contra-deterioracao-do-predio.ghtml);
Em novembro de 2023, alegando que o condomínio e os proprietários não conseguiam garantir a segurança do patrimônio, nem os reparos necessários, o juiz Luiz Gomes da Rocha Neto autorizou que um leilão fosse realizado para a venda do edifício
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2023/11/30/justica-autoriza-leilao-do-edificio-holiday-desocupado-desde-2019-por-riscos-estruturais.ghtml)
e determinou que os donos dos apartamentos fossem indenizados;
O imóvel foi avaliado em R$ 34,9 milhões
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/04/23/edificio-holiday-predio-foi-avaliado-em-quase-r-35-milhoes-leilao-acontece-em-maio.ghtml)
e o leilão foi marcado para os dias 22 e 23 de maio
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/04/13/edificio-holiday-saiba-quando-vai-ser-o-leilao-e-veja-imagens-de-dentro-do-predio.ghtml)
de 2024;
Na véspera do leilão, o desembargador Antenor Cardoso Soares Júnior, atendendo a um pedido da Defensoria Pública, suspendeu a venda
(https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/05/21/justica-suspende-leilao-do-edificio-holiday-interditado-ha-cinco-anos.ghtml),
alegando que a decisão anterior foi “prematura” e permitia a demolição do imóvel, o que poderia trazer prejuízo de “impossível reparação”.
VÍDEOS: MAIS VISTOS DE PERNAMBUCO NOS ÚLTIMOS 7 DIAS
50 vídeos