Uma decisão da 22ª Vara Cível de Goiânia determinou a transferência imediata de uma paciente internada em um hospital credenciado ao plano de saúde Hapvida, após denúncia de negligência e falhas graves na prestação de assistência médica. A mulher ficou internada por quase um mês em condições consideradas degradantes e foi tratada como paciente terminal, apesar de exames indicarem que não havia confirmação de câncer maligno.
Segundo o processo, mesmo com laudos apontando hiperplasia linfoide reativa e ausência de malignidade, a equipe médica manteve o diagnóstico de câncer em estágio avançado, desconsiderando exames imuno-histoquímicos e de imagem. A insistência em um diagnóstico incompatível com os resultados técnicos pode ter agravado o estado de saúde da paciente.
Familiares também relataram uma série de negligências durante o período de internação, como ausência de monitoramento dos sinais vitais, atraso na administração de medicamentos, falhas na higiene e falta de materiais básicos. Diante da situação, a família teve que contratar assistência de enfermagem particular e fornecer os próprios insumos para garantir o mínimo de cuidados à paciente.
Diante dos fatos, a juíza Lília Maria de Souza determinou a imediata transferência da paciente para outra unidade hospitalar, além da entrega integral do prontuário médico. Em caso de descumprimento, o Hapvida será multado em R$ 2 mil por dia. Em sua decisão, a magistrada destacou que a operadora de plano de saúde é responsável pela qualidade dos serviços prestados pela rede credenciada e não pode se eximir quando há falhas graves.
O caso tramita sob o número 5550033-90.2025.8.09.0051 e pode representar um marco importante na responsabilização de operadoras pela má prestação de serviços em hospitais conveniados.