Justiça proíbe retirada de árvores saudáveis de ruas e praças em Catalão

O município de Catalão, no sudeste goiano, não pode mais remover árvores saudáveis de ruas e praças da cidade sob o pretexto de substituição de espécies ou obras de revitalização. A determinação é da  5ª Turma Julgadora da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), em resposta a um recurso de apelação cível interposto pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).

Também foi solicitado um inventário de todas as árvores nos espaços públicos de Catalão, além da identificação daquelas com danos fitossanitários e a viabilidade de recuperação.

O voto do relator, desembargador Fernando Braga Viggiano, foi seguido pelos desembargadores Gilberto Marques Filho e Gerson Santana Cintra. O promotor de Justiça Roni Alvacir Vargas, titular da 3ª Promotoria de Catalão, explicou que o MPGO acompanha a situação de retirada de diversas árvores na cidade desde 2017.

Até mesmo espécies grandes e frondosas, que não apresentavam problemas fitossanitários que justificassem sua remoção, foram afetadas. Em 2019, após a prefeitura remover a maioria das árvores da Praça Duque de Caxias, o Ministério Público propôs uma ação civil pública pedindo a proibição da retirada de árvores saudáveis ou com problemas fitossanitários passíveis de recuperação.

Como os pedidos foram inicialmente negados pela Justiça, o MPGO recorreu da decisão. A apelação foi aceita, reformando a sentença e determinando que o município de Catalão não pode suprimir árvores sadias ou com problemas fitossanitários recuperáveis, sob pena de multa de R$ 2 mil para cada espécie retirada nessas condições, limitada a R$ 200 mil.

Além disso, a prefeitura de Catalão deve adotar medidas para recuperar as árvores, optando pela retirada apenas quando o tratamento for inviável, especialmente nas obras de revitalização de praças e logradouros públicos. O projeto arquitetônico deve ser adequado para manter as árvores no local, e o descumprimento das medidas está sujeito à execução específica.

 

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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