A decisão da Justiça que suspendeu a reeleição de Raul Henry à presidência do MDB em Pernambuco pegou a todos de surpresa. A juíza Bruna Araujo Coe Bastos, da 6ª Vara Cível de Brasília, determinou a suspensão da convenção estadual que reconduziu o ex-deputado federal ao cargo. A ação foi movida por Otávio Pedrosa, prefeito de Bodocó, e Kelly Tavares, vereadora por Paulista, que alegaram violações ao estatuto partidário na definição do colégio eleitoral da convenção estadual.
No embate pela presidência do MDB em Pernambuco, Raul Henry derrotou o deputado estadual Jarbas Filho em maio deste ano, obtendo 65 votos contra 49 de seu concorrente. Henry, que tem proximidade com o grupo político do prefeito do Recife, João Campos, foi acusado de desrespeitar o procedimento legal eleitoral, o que teria violado a igualdade de participação e chances dos candidatos, segundo a juíza responsável.
A suspensão foi motivada por um acordo feito em Brasília entre lideranças do partido, incluindo Raul Henry, senador Fernando Dueire, presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, e presidente do partido em Vitória de Santo Antão. O acordo definia critérios para a participação dos delegados municipais na convenção estadual, mas não teria seguido de forma clara e transparente, conforme apontado pela juíza.
O MDB estadual, por sua vez, defendeu que a eleição de Raul Henry foi realizada de forma limpa, transparente e democrática, seguindo as normas do estatuto do partido e aceitas pelas duas chapas envolvidas no pleito. Segundo a nota do diretório, o candidato Jarbas Filho reconheceu o resultado e a determinação da Justiça foi recebida com surpresa, já que ocorreu cinco meses após a eleição. O partido prometeu adotar medidas cabíveis para reverter a decisão e lutar pela verdade expressa no voto democrático dos convencionais.




