La Niña deve elevar preço de hortaliças, grãos e carnes em Goiás

A primavera mal chegou e já começamos a sentir os efeitos da influência do fenômeno La Niña sobre a estação em Goiás. Prova disso são os fortes temporais e o período de estiagem, que predominam, em rodízio, em algumas regiões do estado. Porém, além de prejuízos materiais, a população também pode ter que ‘abrir o bolso’ para colocar comida na mesa.

Isso porque as condições climáticas provocadas pelo ‘La Niña’ não são nada boas para as lavouras, segundo o economista Luiz Carlos Ongarotto. Ele diz que a seca e as tempestades (que podem vir acompanhadas de granizo) podem destruir as plantações, acarretando prejuízos ao produtor rural, e consequentemente, fazendo com o alimento chegue com um valor elevado as bancas de feiras e prateleiras de supermercados.

“Esses fenômenos climáticos causam baixa previsibilidade na produção agrícola, pois há chuvas e tempestades em momentos não esperados, assim como secas e oscilações na temperatura. Ao prejudicar a produção agrícola, há menor produção, o que pode vir a elevar o preço dos alimentos para o consumidor, especialmente na produção de hortifruti, como foi o caso da cenoura”, explicou.

Grãos e carne mais caros

Além das frutas, verduras e hortaliças, a população também pode ter dificuldades para comprar grãos como: arroz, aveia, trigo, milho, centeio e cevada. Aquele churrasquinho também pode ser afetado, visto que com o aumento dos grãos (alimento de animais de corte), a proteína animal tende a subir.

“Já na produção de grãos há um efeito em cadeia também, pois além do consumo humano, há a produção de proteína animal que pode ter o preço das rações aumentado”, concluiu Luiz.

‘La Niña’

O ‘La Niña’ é um fenômeno natural que ocorre a cada dois ou sete anos e tem duração de nove a 12 meses. Neste ano, no entanto, ele acontece pela terceira vez consecutiva.

O fenômeno é caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, e provoca aumento no volume de chuvas nas regiões norte e nordeste, já os estados do Sul registram calor intenso e seca severa. 

Os efeitos do ‘La Niña’ variam no Centro-Oeste e no Sudeste, sendo que o mais recente provocou chuvas intensas e queda das temperaturas nessas regiões.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp