Lagarto-rabo-de-espinho: flagrante raro de acasalamento na Bahia

Lagarto raro é flagrado durante acasalamento no sul da Bahia

Em Porto Seguro, fotógrafo registrou cena da espécie que é endêmica da Mata
Atlântica. Lagarto-rabo-de-espinho pode fazer até flexão para atrair a fêmea.

Por viver na copa das árvores e apresentar baixas densidades populacionais, o
lagarto-rabo-de-espinho (Strobilurus torquatus) é considerado um réptil raro de
ser encontrado.

Conseguir, portanto, observar a espécie já é difícil, agora imagina só flagrar o
momento do acasalamento desse lagarto? Foi o que aconteceu com o fotógrafo de
natureza Jaílson Souza em meados de dezembro, na RPPN da Estação Veracel, em
Porto Seguro, na Bahia. Ele estava andando pelo local e, por volta das 15h45, se
deparou com a cena.

“É uma sensação que você não consegue nem explicar, porque é uma emoção grande,
já que eu sabia que é um lagarto muito difícil de encontrar. Foi uma das cenas
mais raras que já vi e foi super especial poder capturar essa imagem e poder
mostrar para as pessoas o motivo do nosso trabalho, o motivo da conservação da
natureza, porque temos que cuidar desses animais”, conta Souza.

Endêmico da Mata Atlântica, esse lagarto costuma viver em troncos e na
copas de árvores.

De acordo com a herpetóloga Regiane Linhares Silva, o período reprodutivo da
espécie está diretamente associado à época de maior pluviosidade e de maior
temperatura, abrangendo, geralmente, estações do ano entre a primavera e o
verão, fazendo sentido a época em que o fotógrafo presenciou a cena.

“No acasalamento de lagartos da família tropiduridae, no geral, os pretendentes
são escolhidos pelo tamanho, coloração e pela exibição de comportamento de
corte. Como sinal de receptividade, as fêmeas levantam a cauda para que ocorra a
cópula. A foto apresentada ilustra o momento exato da cópula da espécie, momento
raro de ser registrado na natureza. Já que a espécie é de difícil visualização
em ambientes naturais e os registros do comportamento reprodutivo da espécie são
escassos.”, diz a pesquisadora.

Uma curiosidade, segundo Silva, é que, entre os comportamentos de corte para
atrair a fêmea, está a realização de ‘flexões’. Após a fecundação, três ovos
costumam ser postados e, quando eclodem, dão origem a miniaturas de adultos de
lagartos-de-cauda-espinhosa.

O lagarto Strobilurus torquatus é uma espécie endêmica de Mata Atlântica e
ocorre, até onde se sabe, nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas
Gerais, Bahia, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Pertencente à
família Tropiduridae, é um único representante do gênero Strobilurus.

Além de o lagarto-rabo-de-espinho, o réptil também é chamado de
lagarto-rabo-de-abacaxi.

Mede cerca de 10 centímetros de comprimento, sendo os machos maiores em
comparação às fêmeas. “Enquanto jovens, as espécies exibem uma coloração
diferenciada, apresentando uma tons vivos de azul, verde e preto. Em
contrapartida, quando adultos o padrão de coloração ganha tons amarelados. Além
disso, quando jovens os “espinhos da cauda” se mostram mais discretos e menos
protuberantes. Desse modo, a distinção entre jovens e adultos é perceptível, o
que facilita a determinação da fase em que cada indivíduo se encontra”, explica
a herpetóloga.

O lagarto-rabo-de-espinho se alimenta de pequenos invertebrados, consumindo de
insetos à pequenos artrópodes. Apesar disso, formigas tendem a ser a refeição
favorita deles. Como ficam na copa das árvores, consegue caçar esses animais no
tronco, sem precisas descer ao substrato.

A espécie não consta como ameaçada de extinção, de acordo com a lista da Sistema
de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade (SALVE) e com a lista da
IUCN.

“Todavia, a espécie é considerada vulnerável (VU) em Pernambuco. Uma das
principais ameaças à espécie é a fragmentação do habitat, assim como, o declínio
da qualidade do mesmo. No estado as populações são fortemente impactadas pela
expansão da agricultura, urbanização e pela especulação imobiliária”, esclarece
a pesquisadora, que ressalta que a espécie é potencial bioindicadora de boa
qualidade ambiental.

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Brasileiro infarta em voo para Dublin e vive drama na Holanda: volta ao Brasil e transplante em xeque!

Brasileiro que infartou em voo para a Irlanda vive drama para voltar ao Brasil e fazer transplante

Diego Mendes Honorato, de 38 anos, é de Bebedouro (SP) e vive em Dublin. Ele está internado em hospital universitário na Holanda e não tem condições de custear UTI aérea orçada em cerca de R$ 1 milhão.

Brasileiro vive drama na Holanda após infartar durante voo
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Um brasileiro vive um drama para retornar ao país após sofrer um infarto durante um voo para Dublin, na Irlanda, onde mora com a esposa. O segurança Diego Mendes Honorato, de 38 anos, viajava do interior de São Paulo, onde visitou a família, no dia 6 de dezembro, quando passou mal e precisou ser hospitalizado em Amsterdam, na Holanda, onde o avião fez escala.

Nascido em Ribeirão Preto (SP) e com família em Bebedouro (SP), Diego foi diagnosticado com insuficiência cardíaca pelos médicos holandeses com indicação para um transplante. Ele está internado em um hospital no país e sobrevive com ajuda de aparelhos, sem a possibilidade de deixar a UTI.

Para retornar ao Brasil, é necessária uma UTI aérea com equipe médica, o que pode custar até R$ 1 milhão, dinheiro que a família não tem disponível. O Itamaraty também não possui esse tipo de aeronave e não custeia este tipo de transporte.

Esposa de Diego, a garçonete Angélica Honorato recorreu ao Itamaraty, mas foi informada de que não há recursos disponíveis para custear esse tipo de viagem.

Em nota enviada ao DE [https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/], o Itamaraty informou que “não há previsão legal para o custeio de despesas médico-hospitalares com recursos públicos”.

> “Ele está muito abalado. Imagina que está passando por toda a situação sem saber se vai conseguir viver ou morrer. É uma situação extremamente complicada e crítica. Após quase um mês, 22 ou 23 dias no hospital, o médico olhou para ele e falou assim: ‘Você já saiu daqui do hospital?”‘ A gente falou ‘não’. Então o médico pegou uma cadeira de rodas deu uma volta no hospital nós três, meu marido eu e o médico para ele respirar ar puro. Ele ficou feliz, mas sentiu aquilo como uma sensação de desespero por não saber quando ele vai poder fazer aquilo de verdade e andar com as pernas dele”, diz.

O casal optou por não contratar um seguro de saúde na Irlanda porque o país conta com hospitais públicos e a contratação do serviço não é obrigatória, apesar de recomendada. Desde que se mudaram do Brasil há três anos, Diego e Angélica faziam exames de rotina quando viajavam ao interior de SP.

Como acabaram ficando na Holanda por causa do imprevisto médico, o casal também não tem seguro no país, o que limita o atendimento. Até o momento, Diego está sendo atendido no hospital universitário Amsterdam UMC, gratuitamente.

DESCONFORTO COMEÇOU NO BRASIL

Segundo a garçonete, ainda no Brasil, no início de novembro, o casal percebeu que havia algo errado quando Diego começou a sentir incômodos, principalmente na região da barriga, para dormir. Dias depois, ao fazer uma caminhada em um morro, ele passou mal.

Diego fez exames médicos que constataram um problema cardíaco. No entanto, segundo Angélica, ele foi liberado para retornar à Irlanda. Eles pretendiam ajustar as coisas no país, onde moram juntos há três anos, e retornar ao Brasil para finalizar o tratamento.

> “Já estávamos com a volta marcada para Dublin no dia 5 de dezembro. Fizemos todos os acompanhamentos, todos os exames. O médico disse: ‘Você continua tomando os remédios durante a viagem, tem que movimentar os pés e, quando puder, dar uma caminhada no avião, e vai ser tudo bem’. Então nós fomos. Compramos todos os medicamentos para cerca de quatro meses”, diz Angélica.

Ela relata que o marido não tinha histórico cardíaco e que os médicos acreditam que o problema tem origem genética, agravado por uso controlado de anabolizantes no passado. Ainda assim, a velocidade da progressão da condição cardíaca intrigou os médicos, segundo a família.

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