Lançamento do foguete HANBIT-Nano com satélites ambientais e mensagens ao espaço inaugura era comercial espacial no Brasil

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Satélites que coletam dados ambientais e levam mensagens ao espaço serão lançados no primeiro foguete comercial no Brasil

Os satélites Jussara K e Pion BR2 – Cientistas de Alcântara estarão a bordo do
foguete sul-coreano HANBIT-Nano, que será lançado neste sábado (22), no Centro
de Lançamento de Alcântara (CLA). Um dos dispositivos levará mensagens de 300 de
alunos da rede pública local ao espaço.

Satélites desenvolvidos pela UFMA serão lançados em Alcântara — Foto: Carlos
Brito e INNOSPACE

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) vai lançar dois nanossatélites a bordo
do foguete sul-coreano HANBIT-Nano, que fará o primeiro voo comercial espacial
partindo do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), neste sábado (22), no litoral do Maranhão.

Nanossatélites são pequenos satélites artificiais com massa menor que 10 kg,
muitas vezes não chegando a pesar 1kg. Eles dispõem de estruturas reduzidas e
possuem formatos padrões que, em sua maioria, têm a aparência de um cubo. Esses
são chamados de cubesats.

Os satélites Jussara K e Pion BR2 – Cientistas de Alcântara serão lançados
durante a Operação Spaceward 2025, que acontece neste fim de semana, em Alcântara. A operação marca a primeira vez que cargas úteis, como satélites, serão inseridas no espaço partindo do solo brasileiro.

Os dispositivos irão coletar dados ambientais de plataformas terrestres e levar
mensagens produzidas por cerca de 300 crianças participantes de um projeto no
Maranhão. As mensagens poderão ser captadas por estações de telemetria de todo o
mundo (leia mais abaixo sobre os satélites).

Todos os equipamentos passaram por testes na sala instalada pela INNOSPACE,
empresa responsável pelo foguete e localizada no Centro de Lançamento de
Alcântara (CLA).

O HANBIT-Nano levará ao espaço oito cargas úteis, incluindo três projetos
apoiados pela Agência Espacial Brasileira (AEB), e deve ser o primeiro
lançamento de um foguete comercial a partir do território nacional.

Dispositivos serão lançados a bordo do foguete — Foto: Carlos Brito e
INNOSPACE

O satélite Jussara-K foi desenvolvido no Laboratório de Eletrônica e
Sistemas Embarcados Espaciais (LABESEE) da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA) e reúne diversas tecnologias nacionais.

Ele conta com antenas produzidas em parceria com o Laboratório LISE, da
Universidade Federal de São João Del-Rei (MG), e o seu sistema de energia,
incluindo os painéis solares, fabricados no laboratório da UFMA.

O Pion BR2 – Cientistas de Alcântara é uma parceria da UFMA, por meio do
DARTi Lab e do BAITES, com a Agência Espacial Brasileira (AEB), a Fundação
Sousândrade, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a
startup brasileira PION, especializada em nanossatélites.

Segundo a UFMA, o satélite nasceu do projeto “Cientistas de Alcântara”, que tem
o objetivo de aproximar as comunidades da cidade de Alcântara das tecnologias
espaciais, com foco no protagonismo das crianças quilombolas.

Vista área do Aeroporto de Alcântara, localizado na área do Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA) — Foto: Divulgação/Agência Espacial Brasileira

O lançamento de foguetes em solo brasileiro, em especial, em Alcântara é
possível devido a um Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST)
feito pelo Governo Federal, em 2019.

Após a assinatura do documento, a Agência Espacial Brasileira (AEB) lançou um
edital para atrair o interesse de empresas privadas na utilização do Centro de
Lançamento de Alcântara. Quatro empresas foram habilitadas, dentre elas, a
sul-coreana Innospace.

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